O Hospital de Clínicas da Unicamp precisou suspender as cirurgias eletivas. O motivo é a falta de leitos de internação. A suspensão aconteceu gradativamente. Todos os 22 leitos de UTI estavam ocupados de acordo com levantamento fornecido pelo próprio hospital na manhã desta sexta-feira (12). Na enfermaria, 48 dos 49 leitos estavam ocupados.
As cirurgias eletivas são aquelas agendadas e consideradas não urgentes. Cirurgias de urgência, emergência e as cardíacas continuam sendo realizadas.
As cirurgias eletivas começaram a ser suspensas no final de março até que o cenário piorou e elas precisam ser paralisadas totalmente no último dia 4 de Abril.
De acordo com Elaine Cristina Ataíde, superintendente do Hospital de Clínicas da Unicamp, é comum o aumento nas internações nesta época do ano por causa das doenças relacionado ao sistema respiratório.
Entretanto, a equipe médica tem notado um agravamento desses problemas de saúde nas crianças. Isso faz com que elas permaneçam mais tempo internadas.
A taxa do tempo de permanência normalmente é de cinco dias, mas quando o caso fica grave e tem complicações pode chegar a mais de um mês.
Ainda conforme a superintendente o fato de o HC ser referência para muitas cidades da região faz com que a situação fique ainda mais complicada. Em média são feitas 12 cirurgias eletivas por semana.
A situação também é preocupante mais uma vez na UTI Neonatal do CAISM (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher), porém, lá a causa não está relacionada a problemas respiratórios .
Por lá são 30 leitos e 29 bebês internados, o que configura a superlotação já que duas gestantes aguardam em trabalho de parto. Segundo a instituição a prematuridade dos bebês afeta o quadro.
Na maternidade de Campinas os 30 leitos têm ocupação de 96% nesta sexta-feira e assim como no HC, os quadros respiratórios também estão envolvidos.
A Rede Mário Gatti tem 29 leitos de UTI pediátricos, sendo 15 no Complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi (Ouro Verde) e 14 na Unidade Pediátrica Mário Gattinho. Há 44 leitos de enfermaria, sendo 11 no Hospital Ouro Verde e 33 no Mário Gattinho. Todos estão ocupados.
Mesmo com essa taxa de ocupação, a Rede tem capacidade de atender pacientes que procuram as unidades e que, na necessidade de internação, recebem tratamento nas salas de emergência, de retaguarda e observação até que haja liberação de leitos.
Questionado o Departamento Regional de Saúde disse que o período de sazonalidade os atendimentos pediátricos tendem a aumentar por conta das doenças do trato respiratório.
Disse ainda que está em curso um processo de regionalização da saúde para levantar os principais problemas e identificar prováveis soluções.