Informações falsas sobre remédios e curas caseiras contra a dengue podem atrapalhar o tratamento

Foto: divulgação/Prefeitura Campinas

Assim como na época da pandemia de covid-19, muitas informações falsas tem sido difundidas nas redes sociais e aplicativos de conversa sobre formas caseiras de se previnir e tratar a dengue. Por exemplo, há quem diga que um “suco milagroso” à base inhame cura a dengue, e aumenta as plaquetas do sangue. Outros falam o mesmo sobre um chá feito com folha de mamão. O médico infectologista do Hospital PUC-Campinas, Dr. André Giglio Bueno, nega que isso ocorra. “É, não procede, não tem nenhum estudo, nenhum dado científico que respalde o uso desse tipo de produto. E a gente já ouve falar há um certo tempo, sobretudo nessa questão de aumento de plaquetas, o papel do inhame nisso, mas isso é puramente questões não-científicas, não tem nenhuma comprovação de benefício mesmo.”

Caldo de cana e limão também não curam a dengue. E nem medicamentos como a cloroquina ou ivermectina. “Você pode até ter estudos in vitro, que mostram alguma ação antiviral dessas substâncias, da ivermectina, da cloroquina, enfim, mas na prática elas não funcionam, no humano, na pessoa, essas medicações não têm nenhuma ação de tratamento contra a dengue”, explica o médico.

Outras informações falsas que vêm sendo difundidas tratam sobre maneiras de repelir o mosquito. Estão se espalhando pela internet receitas de repelentes caseiros ineficazes, e também que ingerir alho ou vitamina B afastaria o mosquito. “Nada que a gente consuma, que a gente ingira, vai ser capaz, por si só, de espantar ou afastar o mosquito. Seriam só produtos utilizados para esse fim mesmo, repelentes aprovados pela Anvisa”.

Também há notícias falsas sendo espalhadas sobre a vacina contra a dengue, que vem sendo aplicada no país. “Tem estudos clínicos grandes no mundo inteiro, inclusive com pacientes do Brasil, respaldaram a aprovação pela Anvisa e a aprovação por diversos países em agências regulatórias, a gente tem essa segurança, de que ela é segura e de que ela é eficaz, ela inclusive é recomendada pela pela Organização Mundial de Saúde”, destaca Bueno.

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