O número de microempreendedores Individuais (MEIs) ativos em Campinas ultrapassou neste ano a marca de 120 mil, o dobro do que o registrado há cinco anos. Alguns fatores ajudam a explicar esse crescimento, mas para o professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Josilmar Cordenonssi, o desemprego causado pela pandemia acelerou a abertura de novos MEIs. ,
“Aí você teve muita gente que ficou desempregada e viu como uma forma de renda você trabalhar por conta própria. Então foi uma forma eh das pessoas se virarem, vamos dizer assim, num cenário adverso. E isso fez com que o crescimento aumentasse. bastante vindo com desemprego. e também com o ritmo que estava existindo da formalização.”
O professor acredita que o ritmo de crescimento de novos MEIs diminua nos próximos anos. Até porque muitas pessoas não sustentam o registro de MEI por muito tempo, já que ele gera custos mensais. Inclusive, dentre os microempreenderores individuais, 29% optam por encerrar o registro dentro de até cinco anos. Para efeito de comparação, no mesmo período 21% das microempresas encerram suas atividades.
Cordenonsi explica o motivo de isso ocorrer. “E muitas vezes ele tá como o MEI não como uma estratégia de longo prazo, mas sim uma tática de curto prazo, enquanto ele tá desempregado, ele ter uma renda registrada, contribuindo com aposentadoria e tudo mais, mas eventualmente surge uma oportunidade melhor ele fecharia, então não é o fim, não é o objetivo dele ficar (como MEI).”
Outro motivo de encerramento de registros é o sucesso dos MEIs, que com o crescimento dos negócios precisam buscar outros tipos de registro, como o de microempresa, uma vez que como MEI só é possível empregar uma única pessoa além da proprietária do registro, não se pode ter filiais, e o faturamento anual máximo é de R$ 81 mil.
Em Campinas há MEIs registrados em 343 atividades diferentes. As com mais registros são cabelereiros, com mais de 8 mil, promoção de vendas, com quase 7 mil, e serviços de apoio administrativo, com quase 6 mil registros.