A Polícia Civil de Campinas investiga uma empresa suspeita de aplicar golpes milionários usando leis de incentivo. Entre as vítimas estão pessoas com objetivo de criar projetos sociais e também gente que tinha o sonho de se tornar um empresário.
Nos perfis nas redes sociais Grupo Meekah se apresenta como uma empresa focada na intermediação de negócios, desenvolvimento de projetos, com base em leis de incentivo e fomento à cultura, saúde, educação, empreendedorismo, que transforma sonhos em realidade. Mas quem já fez negócio com a empresa diz que não é bem assim.
O professor Junior Cadima conta que perdeu R$ 55 mil após fazer negócio com a empresa. Foi prometida a captação de recursos via ProAC (Programa de Ação Cultural ) para investimento na empresa.
A Meekah tem mais de 6 mil contratos com pessoas e empresas de várias regiões do Brasil. A sede da empresa funcionava na região do Taquaral, em Campinas. O local está fechado, mas ainda é o endereço que consta no site oficial do grupo.
A assistente Sabrina Almeida e o marido fizeram um projeto para um show de música eletrônica. Eles pagaram R$ 5 mil pela assessoria da Meekah com a promessa de receber R$ 1 milhão.
As supostas vítimas começaram a se articular em grupos e também procuraram a justiça. O escritório da advogada Carolina Defilipi representa dez pessoas. Ela pede que a empresa seja punida e impedida de negociar novos contratos.
A empresa oferecia diversos serviços nas redes sociais. Em um vídeo Neli Álvaro, uma das responsáveis, segue apresentando as facilitações.
Entre os clientes que se dizem lesados está o cantor gospel Eli Soares. Ele é mais um dos que não recebeu o que foi prometido de acordo com a defesa. Segundo o advogado que representa o cantor, Eli Soares fechou um contrato de prestação de serviços para uma consultoria na captação de recursos via Lei Rouanet, mas os prazos não foram cumpridos e os valores prometidos não foram pagos.
Diante da complexidade do caso e da quantidade de pessoas que registraram boletim de ocorrência por estelionato contra a Meekah – mais de trinta – a investigação foi encaminhada aqui para a DIG de campinas, para o setor que atua no combate à corrupção, crime organizado e lavagem de dinheiro.
Os donos da Meekah devem ser chamados mais uma vez para esclarecer qual a atuação da empresa. O delegado Luiz Fernando Dias de Oliveira explica o que o grupo deve esclarecer.
Os responsáveis pela Meekah foram chamados para um depoimento. Neli Álvaro Silva Antônio e o marido dela, Mário Candido Antônio não compareceram. Apesar de manter a página no Instagram, a Meekah restringiu os comentários. Eles também excluíram o perfil no Linkedin e tem nota 1.8 no Reclame Aqui.
O jornalismo do Grupo EP tenta uma entrevista com os responsáveis pela Meeka, mas eles preferiram se manifestar por nota.
A empresa afirma que tem sido vítima de factoides e manifestações de ódio de pessoas que se articulam produzindo boletins de ocorrência e fake news nas redes, com produção artística e ataques pessoais, com objetivo de chantagem e extorsão financeira. Inclusive existe processo judicial em curso, contra aquilo que algumas pessoas estão promovendo.
Informou ainda que a empresa procura, em parceria com organizações sociais, cumprir um papel social na cidade, e tem sido atacada gratuitamente, segundo o que diz a nota enviada pelo departamento jurídico e pela diretoria do grupo Meekah.