Campinas realizou, nesta terça-feira (9), o tradicional evento para lembrar os mártires da Revolução de 1932 que estão sepultados na cidade. A solenidade cívico militar teve a participação dos escoteiros do Brasil, Polícia Militar, Guarda Municipal e o Exército Brasileiro, para relembrar os 92 anos da Revolução Constitucionalista.
O evento ocorreu no Monumento aos Voluntários de 1932, no Cemitério da Saudade. Mesmo com chuva, os militares e civis cantaram o hino nacional, lembraram os nomes dos mártires e contaram sobre o envolvimento dos campineiros na Revolução Constitucionalista.
O Coronel do Exército em Campinas, Felipe Biasi, foi um dos oficiais que relembrou a bravura dos voluntários.
“Esse movimento teve reflexos significativos para história do Brasil, que se estendem até hoje. Cabe destacar a memória de todos os 16 combatentes homenageados, cidadãos que cumpriram com seu dever. A gente sabe que não há dever mais nobre que sacrificar a própria vida em prol de um ideal”, discursou o militar.
A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um levante armado protagonizado por São Paulo e iniciado em 9 de julho de 1932.
Esse levante manifestou a insatisfação dos paulistas com o governo de Getúlio Vargas, principalmente pela centralização de poder imposta pelo governo. Foi quando se instalou um governo provisório, que suspendeu a constituição. Ele resistiu por três meses, mas foi derrotado.
Os aviões do governo queriam destruir os pontos de concentração de homens, suprimentos, armas e de transportes. Foram ao todo 16 voluntários mortos durante o ataque em Campinas.
A situação armamentista do estado de São Paulo estava precária na época, quando houve a campanha dê o seu ouro para o estado. Os avós do servidor público Fernando Scarano fizeram a doação de ouro para fortalecer a resistência paulista.
“Além do momento histórico para São Paulo, vim porque tem a ligação com meus avos que doaram as alianças durante a campanha ouro para são Paulo e o meu pai e minha mãe também casaram nesse mesmo dia, em 9 de julho”, contou Fernando.
No dia 9 de Julho de 1935, a cidade inaugurou o Mausoléu dos campineiros mortos na Revolução Constitucionalista de 1932, ao lado do portão de entrada do Cemitério da Saudade. O monumento busca eternizar a memória dos soldados mortos em combate.