Amostras de água coletadas em trechos do Tanquã, onde toneladas de peixes morreram após despejo irregular, apontaram nível zero de oxigênio, afirma a Cetesb.
Técnicos da agência fizeram vistorias com drones em diferentes pontos da área de proteção conhecida como minipantanal paulista, na região de Piracicaba, nesta quarta-feira. O nível ideal é de cinco miligramas por litro.
O levantamento, realizado por equipes da Cetesb e do Ministério Público, busca apontar a causa da mortandade e também para dimensionar o desastre ambiental no Tanquã.
Amostras de água foram coletadas e serão analisadas em laboratório. Esses resultados devem sair na semana que vem, e não tem relação com o que foi coletado no Rio Piracicaba na semana passada – o laudo dessa análise deve ser divulgado nesta sexta-feira.
Técnicos da Cetesb também fizeram voos de drone de três pontos diferentes do Tanquã, em São Pedro. As imagens, também captadas por satélite, foram registradas por mais de uma hora no trecho onde os peixes mortos aparecem e em outras partes do Rio Piracicaba.
As equipes querem calcular quantos peixes morreram, quais são os prejuízos para a água e qual será o tempo de recuperação do rio e das espécies no ecossistema aquático.
A mortandade, segundo a Cetesb, foi causada por resíduos industriais lançados em um ribeirão afluente do Rio Piracicaba pela usina de Açúcar e Álcool São José. Os produtos diminuíram a quantidade de oxigênio da água.
O primeiro flagrante da morte de peixes após o suposto despejo irregular foi registrado no último dia 7 de julho em trecho urbano do Rio Piracicaba, na região da Rua do Porto. Os resíduos percorreram o Rio por mais de sessenta quilômetros e chegaram ao Tanquã, causando outra mortandade.
Após uma primeira nota em que questiona os apontamentos da Cetesb, a indústria emitiu duas novas posições. A primeira dizia que a empresa seguia os mais rigorosos padrões de qualidade para evitar despejos irregulares no Ribeirão Tijuco Preto.
Na segunda, voltou a alegar que não é responsável pelas mortes dos animais e que as causas são desconhecidas.
A empresa afirma que recebeu a notificação da Cetesb solicitando a retirada e destinação ambientalmente adequada dos peixes mortos no Rio Piracicaba. Porém, disse que, até o momento, não teve acesso ou tomou conhecimento de qualquer documento oficial ou técnico que estabeleça relação entre a mortandade dos peixes e a operação.