Cidadãos que acionam o Poder Judiciário em busca de alguma indenização do governo ou de empresas têm sido vítimas do golpe do ‘falso advogado’.
Os criminosos acessam o processo da pessoa na Justiça e copiam os dados. Em seguida, eles criam uma conta no WhatsApp com a foto e o nome do advogado da vítima.
Depois, se passando pelo advogado, eles entram em contato e afirmam que ganharam a ação judicial. Porém, alegam que é necessária uma transferência bancária via pix para agilizar o pagamento da indenização.
Após a transferência, os bandidos apagam todas as mensagens e bloqueiam o contato da vítima.
Uma mulher de Campinas, que preferiu não se identificar, aguardava o resultado de um processo judicial contra o INSS. Ela pediu a aposentadoria por invalidez por conta de problemas na visão, e foi vítima do golpe.
Os criminosos, usando documentos falsos e a foto e nome do advogado dela em um aplicativo de mensagens, entraram em contato dizendo que ela havia ganhado R$ 56 mil de indenização.
Eles alegaram, porém, que a mulher precisava fazer um PIX de R$ 2,5 mil para receber o dinheiro. A família realizou a transferência, e conta que, logo depois, as mensagens da conversa foram apagadas.
Segundo a OAB-SP, ao menos 80 pessoas já foram vítimas desse golpe no estado. Gustavo Paviotti, advogado e representante da a OAB-SP, é um dos advogados que teve o contato clonado.
Ele alerta que, nessa fase do atendimento, o escritório não cobra nenhum valor prévio para liberar qualquer indenização. O honorário é pago somente com o valor ganho no final do processo.
A advogada Joseana Zanardi Parodi já teve 30 clientes abordados por golpistas. Por isso, soltou um comunicado pelo perfil do escritório. Uma das clientes dela chegou a depositar R$ 4 mil aos golpistas. Depois disso, a advogada também registrou um boletim de ocorrência informando o caso.
A OAB-SP fez uma cartilha com orientações sobre como evitar cair nesses golpes. As dicas são: desconfiar de pedidos de transferências bancárias; questionar se o advogado mandar mensagem de um telefone diferente do escritório; e em caso de dúvida, comparecer pessoalmente ao escritório para confirmar as mensagens; além de tirar registros de tela das conversas, caso o cliente suspeite do contato.