A Polícia Federal, com o apoio do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado e a Polícia Militar Rodoviária, prendeu um homem em Campinas nesta quarta-feira (17), suspeito de integrar uma associação criminosa voltada a roubo de cargas e caminhões em municípios do Estado de São Paulo.
Ele é investigado na participação dos roubos como motorista e receptador dos veículos. De acordo com a PF, o grupo agia de várias formas, abordando diretamente os veículos que estavam parados para descanso dos motoristas em postos de combustíveis.
Segundo o delegado chefe da Polícia Federal de Campinas, Edson de Souza, eles também atuavam por meio de aplicativos de contratação de fretes. Edson ainda destaca que o grupo sempre agia com violência, principalmente por precisar levar o motorista durante o roubo.
Segundo informações da polícia, o grupo tinha divisões de tarefas, em que eles sequestravam os motoristas e levavam até o cativeiro, que geralmente eram em áreas de matagais. Nisso, os criminosos além de darem destinação a veículos e cargas usando bloqueadores de sinal para evitar ação policial, realizavam transferências via PIX.
De acordo com a corporação, o grupo era composto por mais de dez pessoas, sendo todos jovens, entre 18 e 20 anos. O Promotor de Justiça Eduardo Velloso Ross, explica que três menores de idade foram identificados nas ações.
Na operação chamada Barriéri, 70 policiais cumprem nove mandados de prisão temporária em Campinas, Osasco, Bauru. De acordo com a polícia, sete pessoas foram presas e duas ainda são procuradas, sendo um deles o líder do grupo.
A investigação, conduzida pelo grupo especializado em repressão a crimes de roubo de cargas e caminhões da Delegacia de Polícia Federal em Campinas, começou em abril de 2024, a partir de informações de que um grupo criminoso tinha planejado, mas não executado um roubo em São Paulo no dia 30 de abril.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de participação da quadrilha em ao menos 16 casos. Um deles, o mais destacado, um roubo de uma carreta em São José dos Campos, no dia 7 de junho, onde houve perseguição pela Rodovia dos Bandeirantes, até que os criminosos pularam do veículo em movimento e fugiram. O destino desse caminhão era Campinas.
Outros sete crimes teriam sido tentados, mas a quadrilha não conseguiu executar os planos. Os investigados devem responder pelos crimes de associação criminosa e roubo, que tem penas somadas que podem chegar a 20 anos de prisão, além de corrupção de menores, já que o grupo inclui três menores.
A Operação Barrière – do francês, e significa barreira, em referência a busca que faziam por barreiras policiais durante o trajeto com veículos roubados – é resultado do investimento da Polícia Federal em especialização de um grupo que trabalha em conjunto com o Gaeco e com outras forças da Segurança Pública.
