Doença rara que matou bebê de 7 meses em Campinas não possui exame específico para diagnóstico

arquivo pessoal

Uma doença rara matou um bebê de 7 meses de idade em Campinas. A síndrome de Kawasaki, que acomete principalmente crianças entre 1 e 5 anos de idade. O caso ganhou notoriedade não só pela raridade, mas também pela denúncia da mãe contra o hospital em que ela alega negligência no atendimento.

Caio Otsuka começou apresentar os primeiros sintomas de febre em 22 de abril deste ano, a morte do bebê aconteceu em 12 de maio, às vésperas de uma cirurgia cardíaca. Em entrevista ao Estúdio CBN, o médico e professor da Unicamp, Ricardo Mendes, que não teve contato com o caso de Caio, falou sobre a doença.

Segundo a mãe do bebê, Carine Araújo, tudo começou com o surgimento de manchas pelo corpo, principalmente nos pés e pernas.

Um exame de sangue inicial apontou para um quadro de escarlatina, para o qual os médicos receitaram um antibiótico por 10 dias. Uma semana após o diagnóstico, porém, o menino foi levado ao Hospital Mário Gattinho com dores e anemia.

Apesar de não apresentar melhoras, os médicos mantiveram o diagnóstico de escarlatina. Segundo a mãe, os médicos disseram que havia algo estranho com Caio, e que as plaquetas e o leucócito estavam altos, mas que mesmo assim ele recebeu alta.

No dia seguinte à liberação, ainda com febre, a criança foi levada pelo SAMU à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campo Grande; depois, no dia 2 de maio, Caio foi transferido para o Hospital Ouro Verde, onde recebeu o diagnóstico de síndrome de Kawasaki e de dois aneurismas.

O bebê permaneceu internado por nove dias e morreu em 12 de maio após ser transferido para o Hospital de Clínicas da Unicamp, onde faria uma cirurgia cardíaca para colocar um marca-passo.

Após a morte de Caio, a família registrou um boletim de ocorrência por negligência médica. Segundo a mãe, houve demora no atendimento e os médicos não solicitaram todos os exames necessários para identificar eventuais complicações da síndrome.

A mãe também afirma que nenhum médico cardiologista ou reumatologista examinou o filho no período em que esteve internado no Hospital Ouro Verde, mesmo após o diagnóstico de uma forma aguda da doença de Kawasaki.

De acordo com o médico, não existe um exame específico para o diagnóstico da doença, no entanto é possível identifica-la por uma série de sintomas.

Em nota, a Rede Mário Gatti afirmou que o menino “recebeu todos os cuidados indicados e necessários ao quadro que apresentava”, mas não se manifestou em relação à falta de exames e de atendimento por um médico cardiologista durante a internação. Em 2023, foram 12 diagnósticos da síndrome em Campinas, já em todo o país foram 1.429 atendimentos ambulatoriais e 21 óbitos pela doença.

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