Uma investigação da Polícia Federal aponta que a UPBus, empresa de ônibus que atua em São Paulo e suspeita de envolvimento com o grupo criminoso PCC, está entre os clientes de uma instituição financeira – alvo da Operação Concierge. Na ocasião, a PF realizou prisões por suspeita de envolvimento em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Os alvos estavam em Campinas, São Paulo, Ilhabela, Sorocaba e Americana. O esquema ilícito teria movimentado R$ 7,5 bilhões nos últimos 5 anos. Na tarde desta sexta-feira (30), um dos investigados, que tinha mandado de prisão preventiva e não foi localizado na quarta (28), data da deflagração, se entregou na sede da PF, em Campinas. Com isso, ao todo, 15 pessoas estão presas. De acordo com a corporação, restam dois mandados de prisão preventiva em aberto em relação à investigação.
Durante os mandados, investigadores apreenderam maquininhas de cartão, computadores, celulares, joias, relógios, documentos e 46 veículos. Sob escolta, os carros de luxo apreendidos foram levados ao longo do dia para o pátio da PF, em Campinas, e para um estacionamento alugado.
O relatório afirma que as maquininhas de cartão eram usadas por traficantes de drogas. O objetivo era simular as vendas para esconder a origem do dinheiro.
Ainda de acordo com a investigação, um homem condenado e preso por vender drogas, recebeu mais de R$700 milhões da i9Pay.
A YesPay, outra administradora de maquininhas de cartão, também é citada no inquérito. A empresa é investigada desde 2022. A Polícia Civil descobriu que a administradora estava em nome de laranjas e era usada para lavar dinheiro de pessoas ligadas ao tráfico de drogas.
A quebra do sigilo bancário da T10 Bank, que oferece serviços financeiros, pontua a UPBus entre os 11 maiores clientes, segundo a Polícia Federal. A empresa de ônibus tem contrato com a Prefeitura de São Paulo para operar o transporte na zona leste a capital. Além, disso, está sob intervenção desde abril. O motivo foi uma operação do Ministério Público Estadual que prendeu dirigentes da companhia, suspeitos de terem ligação com o PCC.
Um dos apontamentos, a UPBUS transferiu da T10 Bank para outra conta dela, em banco, mais de R$3 milhões. E recebeu nesta mesma conta cerca R$1,5 milhão. Os fatos aconteceram em menos de 3 meses. Ainda de acordo com a PF, o esquema aponta indícios que a T10 Bank atuou para blindar o dinheiro de tráfico de drogas do PCC de possíveis bloqueios judiciais.
O que dizem os envolvidos:
A T10 Bank disse que segue rigorosamente as normas próprias que regem o mercado financeiro e as fintechs, e que vai fornecer às autoridades a documentação que comprova a sua regularidade.
A empresa Inovepay nega envolvimento com crimes e disse que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
A UPBus não retornou aos contatos do Grupo EP.
Segundo a Policia Federal, as atividades da empresa YesPay estão suspensas desde 2022.
Veja mais sobre a operação: https://portalcbncampinas.com.br/2024/08/policia-federal-faz-mega-operacao-contra-fraudes-que-somam-r-7-bilhoes/