A reabilitação de um paciente por doença ou trauma pode ser feita de diversas maneiras. Além da fisioterapia convencional, os assistidos no Centro de Reabilitação do Hospital Boldrini também praticam esportes adaptados, como uma forma complementar de tratamento.
Esse é o propósito da Semana dos Esportes, que recebeu o atleta André Heller, ex-jogador de vôlei brasileiro e referência no esporte olímpico, nesta terça-feira (06). Ele visitou o hospital para mostrar aos pacientes as possibilidades através do esporte e importância da prática no dia a dia.
“O esporte não se trata só de medalhas, nunca é só sobre medalhas. Na verdade, é sobre processo, trajetória, sobre tentar e aprender, para ser vivenciado e compartilhado. O esporte quando é praticado com outras pessoas se torna ainda mais poderoso”, contou André.
Nicolas Nabas, de 12 anos, é um dos assistidos. Há três anos, o menino, que é de Charqueada, teve um câncer no joelho e precisou amputar parte da perna. Desde então, faz fisioterapia no Boldrini. Superando as dificuldades, Nicolas adora praticar esportes, principalmente jogar bola. Dessa vez, teve a oportunidade de praticar o vôlei sentado ao lado de um atleta olímpico.
“Tive osteossarcoma no joelho esquerdo, e uma bactéria muito grave. Eu resolvei amputar, falei para o doutor que ia ser melhor, porque ia ter um alívio para mim. Hoje eu jogo bola, pratico vôlei, faço bastante esportes. O André, que foi campeão no vôlei, é bem legal. Fico muito feliz de conhecer ele”, expressou Nicolas.
O profissional de educação física Daniel Machado é um dos responsáveis pelas terapias de reabilitação no Hospital Boldrini. Ele conta que o trabalho ajuda a despertar o interesse nas pessoas pelo esporte, para se manterem em movimento e, principalmente, descobrirem do que são capazes diante da nova condição.
“É uma forma de mostrar aos nossos pacientes que eles têm capacidade de fazer as atividades. Porque quando a pessoa se torna deficiente físico não ficam tão na sociedade, acham que não podem fazer determinados esportes. Quando trazemos o esporte para a reabilitação queremos mostrar que são capazes, que conseguem”, acrescentou Daniel.
O Centro de Reabilitação funciona há 14 anos, tratando crianças e adolescentes com câncer ou doenças do sangue. Por mês, são cerca de 4.500 atendimentos na reabilitação do hospital, ao todo, sendo que cerca de 20% são crianças e adolescentes.