A Polícia Civil de Valinhos investiga um psicólogo de 39 anos, suspeito de abusar sexualmente de, pelo menos, sete menores de idade durante sessões de terapia.
Na internet, Rafael Ladenthin Menezes se identifica como especialista em psicoterapia e que no momento tem acolhido mais crianças e adolescentes. De acordo com a apuração da EPTV, ao menos sete famílias dos menores de idade que teriam sido vítimas do psicólogo, já procuraram a Polícia Civil para prestar depoimento.
Todas as vítimas são meninos que frequentavam a terapia há mais de um ano e que têm histórias semelhantes sobre a violência sofrida, como abraços e outros toques não permitidos.
Relatos
Uma das mães que preferiu não ser identificada, contou que o filho dela, de 11 anos, era paciente de Rafael há mais de um ano. O menino contou para a mãe que não aguentava mais os abraços do psicólogo.
“[Falei:] ‘mostra pra mamãe’. Ele pediu pra eu sentar, começou a me abordar pela frente, por trás, de lado, sentando ao lado, com abraços, beijos, lambidas pelo pescoço, pelo rosto, acariciando meu filho. É um sentimento que a gente não sabe descrever”.
O psicólogo atende em uma clínica no bairro Paquere. O inquérito policial contra Rafael corre sob sigilo, mas o procedimento foi aberto no dia 11 de julho, após a família de um menor procurar a delegacia para reportar os abusos durante sessões de terapia.
Investigação
Ele está preso desde o dia 18 de julho, quando a família de um dos pacientes denunciou o psicólogo para o Conselho Tutelar. O caso é investigado como estupro de vulnerável, uma vez que as vítimas eram menores de 14 anos.
Ele teve a prisão temporária prorrogada por mais 30 dias. A defesa tentou revogar a decisão e teve os pedidos negados pela Justiça.
De acordo com a juíza, “tal medida (prisão) é imprescindível para o deslinde da investigação, eis que se trata de delito gravíssimo, revelador da audácia e destemor de quem o pratica, firmando o desrespeito do investigado com seus pacientes e familiares”, afirmou a magistrada.
O que diz a defesa do psicólogo?
O advogado de defesa do psicólogo, João Paulo Sangion, afirmou:
“O meu cliente se declara inocente. Todos os questionamentos estão sendo respondidos no inquérito policial, que é o procedimento adequado para isso, e ele ressalta o compromisso dele com a prática ética e profissional em relação ao exercício da sua profissão. O investigado tem o direito de aguardar em liberdade os próximos passos”