Há 1 mês, avião caía em Vinhedo: o que mudou e o que precisa ser feito?

Foto: Edson Martins

Um mês depois da maior tragédia aérea da região de Campinas e do primeiro acidente com avião desde 2007, os moradores do Residencial Recanto Florido, em Vinhedo, ainda tentam retomar a rotina. 

Os resquícios da queda da aeronave da Voepass, que saiu de Cascavel com destino a Guarulhos, ainda estão na área. A aeronave já foi retirada, as bagagens e pertences não estão mais no local, mas as equipes da companhia aérea e da empresa contratada para fazer a limpeza e higienização da área onde o avião caiu seguem no terreno. 

Hoje não está prevista, oficialmente, nenhuma missa ou homenagem às 62 vítimas do acidente aéreo. Os moradores do Residencial vão realizar uma missa ecumênica no dia 22 de setembro. Uma das pessoas que vivia no condomínio decidiu sair após o acidente. 

Na sexta-feira, o Cenipa, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, divulgou o relatório preliminar sobre o acidente. Segundo o órgão, a divulgação da causa definitiva deve demorar mais de um ano para ser confirmada, até que todos os dados sejam analisados e cruzados, mas algumas informações gravadas na caixa-preta da aeronave foram divulgadas.  

Uma das hipóteses para o acidente é de que o voo tenha sido prejudicado pela formação de gelo a 17 mil pés.  

Na entrevista coletiva concedida em Brasília, o Cenipa confirmou que houve um relato do piloto sobre uma possível falha no sistema que derrete o gelo acumulado na aeronave tenha falhado e que o co-piloto teria relatado muito gelo no trajeto. 

Apesar da confirmação de que havia gelo no trajeto, o chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, diz que ainda não é possível afirmar que uma falha no sistema seria a causa da queda do avião.  

O relatório preliminar confirma que um dos packs do motor, peça que controla a pressurização e climatização do avião, não estava funcionando, mas isso estava previsto no plano de voo e não impedia a aeronave de operar. 

Os dados recuperados da comunicação ainda apontam que a torre de comando em Guarulhos autorizou o piloto a iniciar uma manobra para procedimento de descida, mas mantendo a altitude, já que outro avião, que voava em altitude mais baixa, pousaria antes.  

Por meio da nota, a Voepass informou que o relatório confirma que a aeronave do voo 2283 estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido e com todos os sistemas requeridos em funcionamento e que ambos os pilotos estavam aptos para realizar o voo, com todas as certificações de pilotagem válidas e treinamentos atualizados. 

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