Justiça condena três réus por morte de ganhador da Mega-Sena em Hortolândia

Foto: Reprodução/ Redes sociais

A Justiça de Hortolândia condenou três réus pela morte do vencedor da Mega-Sena Jonas Lucas Alves Dias, que tinha 55 anos. O crime aconteceu em Hortolândia em setembro de 2022, e a sentença foi dada dois anos depois. Duas pessoas que participaram do esquema foram absolvidas por falta de provas. 

Jonas Lucas, que tinha recebido um prêmio de R$ 47,1 milhões da Mega-Sena em 2020, continuava vivendo na mesma casa, no Jardim Rosolém, em Hortolândia, e mantido a mesma vida sem alterações significativas na rotina. 

Em 13 de setembro de 2022, ele foi sequestrado e ficou em cativeiro por cerca de 20 horas. Foi espancado e abandonado na Rodovia dos Bandeirantes, próximo ao trevo de acesso à Rodovia SP-101. 

Extremamente debilitado pelas agressões e hipotermia, pois tinha chovido na época, Jonas Lucas chegou a ser levado para o Hospital Municipal Mário Covas, mas não resistiu e morreu horas depois. 

A Polícia Civil de Piracicaba chegou a cinco nomes: Rogério Spínola, de 48 anos, Samuel Messias Pereira Batista, mulher trans que usa como nome social Rebeca; Roberto Jefferson da Silva; Marcos Vinicius Ferreira da Silva e Marcos Vinicyus Sales de Oliveira. 

Roberto Jefferson foi condenado a 28 anos de prisão em regime fechado por extorsão mediante sequestro. Na decisão, o juiz Christiano Rodrigo Gomes de Freitas, da 2ª Vara Cível de Hortolândia, considerou que Roberto já atuava em fraudes bancárias e financeiras. Ele abordava moradores em situação de rua e a usuários de drogas e pedia os documentos pessoais para, supostamente, conseguir benefícios sociais em favor dessas pessoas. Mas, os dados eram usados para fraudes. 

Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, também condenado por extorsão mediante sequestro, pegou uma pena maior: 30 anos em regime fechado. Ele foi apontado pela Polícia Civil como o mentor intelectual do crime, já que sabia que Jonas Lucas tinha ganhado na Mega-Sena e que mantinha a mesma vida de antes. Foi ele também quem, segundo as investigações, utilizou o cartão bancário do milionário, com a senha, para habilitar um aplicativo e fazer dois saques e uma transferência que somaram R$ 20,6 mil. Na sentença, o magistrado afirma que ele teve “papel relevante e de coordenação” no crime. 

Marcos Vinícius Ferreira da Silva foi condenado a 28 anos de prisão em regime fechado por extorsão mediante sequestro. Ele era o dono do carro que foi usado para sequestrar Jonas Lucas, e quem o manteve em cativeiro. Segundo a decisão judicial, ele foi responsável para obter os dados bancários e obrigando Jonas a contatar o gerente da conta para transferência de valores. 

Rebeca Messias Pereira Batista foi quem forneceu os documentos para abertura de uma conta bancária para onde foi transferido dinheiro retirado do milionário da Mega-Sena. Mas, conforme a decisão judicial, não sabia que a ideia era usar a conta criada em nome dela para receber o dinheiro do sequestro. Por isso, foi absolvida. 

Rogério Spínola seria usado por Roberto para se aproximar dos moradores em situação de rua e usuários de drogas para conseguir documentos pessoais, e não teria ligação direta com o caso. Ele também absolvido. 

Os dois, que foram presos durante a investigação, já receberam alvarás de soltura e estão em liberdade. 

Os cinco envolvidos também foram absolvidos do crime de associação criminosa, indicado pelo Ministério Público. Segundo a decisão do juiz da 2ª Vara Cível de Hortolândia, não havia provas suficientes para justificar uma condenação. 

Gabrieli Martimbianco, que defende Marcos Vinicyus, diz que vai recorrer da decisão. O argumento dado pela defensora é que Jonas Lucas morreu por falta de atendimento médico adequado, e que o acusado não pode responder por isso – mas, sim, pela lesão grave à vítima.  

Os advogados de defesa dos outros dois condenados não foram localizados pela CBN Campinas até a publicação deste texto. Assim que os comentários forem encaminhados, este texto será atualizado.

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