Moradores de três cidades da região de Campinas voltam às urnas neste domingo para o segundo turno.
Sumaré, na Região Metropolitana: é a primeira vez que a cidade vai ter um segundo turno nas eleições, porque atingiu 200 mil eleitores registrados no TSE. A disputa é entre Henrique do Paraíso (Republicanos), que atualmente é vice-prefeito, e Willian Souza, do PT, atual vereador. Henrique do Paraíso é vice, mas vive uma relação de gato e rato com o prefeito Luís Dalben (Cidadania). Em sabatina realizada pela CBN Campinas, Henrique disse que só não rompeu definitivamente para, o que ele disse, “o bem da cidade”. Willian Souza é advogado e defendeu, de forma muito intensa, a ocupação Vila Soma, na área da antiga Soma Equipamentos Industriais, área invadida em 2012 e onde moram hoje mais de 20 mil pessoas, e que começou a ser regularizada em 2020 após várias ameaças de reintegração de posse.
Em Piracicaba, que é a cidade principal da Região Metropolitana de Piracicaba, o segundo turno tem um velho conhecido da cidade. Barjas Negri (PSDB), que já foi prefeito de 2005 a 2013 e 2017 a 2021, concorre com Helinho Zanatta (PSD), que já foi prefeito das cidades vizinhas de Charqueada e São Pedro. Mas o que mais chamou a atenção não foi nem esse fato, mas o tombo que o atual prefeito, Luciano Almeida (PP), levou no primeiro turno. Ele recebeu apenas 5 mil votos, ficando em último lugar dos seis candidatos. A pesquisa Quaest, encomendada pela EPTV, afiliada da Rede Globo na região e divulgada na semana passada, aponta um motivo para isso: 62% dos moradores ouvidos pelo instituto consideram a gestão de Almeida como negativa.
O segundo turno também acontece em Limeira, que é a segunda maior cidade da Região Metropolitana de Piracicaba. Lá disputam Betinho Neves (MDB), empresário e atual vereador, e Murilo Félix (Podemos), ex-deputado estadual. Os dois tiveram uma diferença de menos de 10 mil votos no primeiro turno. Murilo Félix é filho do ex-prefeito Silvio Félix, que foi cassado em 2012 por improbidade administrativa por usar laranjas em empresas que seriam favorecidas em licitações. A temperatura da disputa subiu nos últimos dias, especialmente após o debate realizado no domingo pela EPTV. Os dois trocaram acusações e há uma “guerra jurídica” em andamento. A Justiça Eleitoral recebeu, desde o primeiro turno, vários pedidos impugnação da candidatura de Murilo Félix, todos negados pelo Tribunal Regional Eleitoral. Betinho Neves recebeu, no fim de semana, um pedido de cassação do registro da candidatura por abuso de poder político-econômico e uso indevido dos meios de comunicação, envolvendo uma rádio da cidade. Em nota, a candidatura diz que a acusação é leviana.
Vale a gente registrar também a situação em Jundiaí. O segundo turno é disputado entre José Antônio Parimoschi (PL), que foi secretário de Gestão e Governo da gestão de Luiz Fernando Machado, que está se despedindo da prefeitura, e Gustavo Martinelli (União Brasil), vereador por três mandatos seguidos, e que está com a candidatura sub judice após decisão do TRE em 24 de setembro. Em 2018, quando era presidente da Câmara de Jundiaí, Martinelli teria sido responsável por atos de improbidade administrativa relacionados ao pagamento irregular de horas extras ao procurador jurídico do Legislativo. A candidatura recorre dessa decisão. A questão é que, neste segundo turno especificamente, muitas fake news começaram a ser espalhadas pelos dois candidatos e a troca de acusações é constante nas propagandas. A Justiça, inclusive, determinou busca e apreensão em comitês eleitorais de Gustavo Martinelli, onde foram recolhidos jornais com notícias falsas, e, no fim de semana passado, máscaras com o rosto do candidato e brindes que teriam sido distribuídos em frente a uma escola – isso é proibido pela legislação eleitoral.
