Quando o telefone toca, o chamado para missão é renovado! A rotina dos profissionais médicos do Samu é moldada pela vocação e escolha diária de salvar vidas.
Um desses médicos é o doutor Gustavo Trindade, supervisor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Campinas. Ele conta que, desde quando estava na universidade, já tinha preferência pelos atendimentos do Samu, com casos considerados mais graves e que precisam de ação imediata para salvar o paciente.
São mais de 20 anos de profissão, mas ele relembra alguns casos que marcaram a carreira. Entre eles estão o resgate de uma criança de dois anos de um afogamento e o salvamento de um trabalhador que ficou preso a uma máquina e precisou ser levado ao hospital pelo helicóptero Águia da Polícia Militar.
“A gente chegou, a família estava lá tentando reanimar, conseguimos reanimar a criança e levar para o hospital com vida. Meses depois a família veio até a gente com a criança. Teve também um trabalhador que prendeu a perna numa máquina de triturar gelo, era num local afastado da cidade. Estava muito grave e com o helicóptero a gente conseguiu levar ele rápido para Unicamp e ele sobreviveu”, disse o médico.
Por mês, o 192 realiza 3 mil atendimentos, em média, pelas ruas de Campinas. Do total de atendimentos, 70% dos casos são clínicos, como infarto.
Para o médico, realizar os atendimentos nesses ambientes considerados difíceis, sem os recursos de um hospital, por exemplo, é o mais gratificante.
“A gente faz o atendimento em locais que não são controlados. É na rua, na casa de um familiar, lugares afastados, rodovias. São atendimentos difíceis, a equipe tem que estar bem preparada e, principalmente, a gravidade. A gente ajudar quem está naquela situação difícil de saúde é muito gratificante”, pontuou o médico.
Outra médica que também já enfrentou muito o entra e sai da ambulância é a doutora Mayra Clemente, que apoia a gestão do Samu em Campinas. Dos 10 anos de profissão, 9 são dedicados ao socorro rápido.
“Esse é o meu terceiro Samu. Quando eu fazia faculdade, os cursos que fui sempre foram na área de urgência e emergência. A gente vai se conhecendo e vendo que é a área de atuação que a gente se encontra.
Mayra tem duas tem filhas pequenas e concilia a profissão com a maternidade. São anos de dedicação e sacrifício, mas ela conta que com o apoio da família o trabalho se torna ainda mais recompensador.
“A gente é cobrada para ser a melhor mãe, a melhor médico. E eu sempre falo que tenho certeza que vou ser a melhor mãe médica. Temos que conciliar os dois lados da mesma moeda. Tenho um marido muito presente, que me ajuda muito, tanto na criação das filhas, como na profissão”, disse Mayra.
“A gente escolheu a medicina para ajudar o próximo. Acaba entrando na nossa rotina familiar, é difícil, mas você sabe que não está dentro de casa, mas está ajudando o próximo. E isso é o mais importante”, destacou o médico.
“Em qualquer profissão temos muitas dúvidas, para que lado ir, se o que temos na cabeça é o ideal. O importante é pensar que se temos um sonho a gente tem que correr atrás dele para se tornar realidade”, acrescentou Mayra.