Estado de SP lidera casos de agressões contra médicos nos últimos 12 anos

Foto: Arquivo/CBN Campinas

Dezoito mil registros de violência contra médicos no Estado de São Paulo foram registrados nos últimos 12 anos.  Segundo um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), entre 2013 e 2024, quase metade dos 38 mil registros no país foram em São Paulo. Filiph Miquéias é médico em Piracicaba e já foi uma vítima.  

Segundo o Conselho, a maioria das agressões ocorre em hospitais, com 45% dos boletins de ocorrência concentrados em prontos-socorros e hospitais públicos. Os casos variam entre agressões verbais e físicas, e em 47% das ocorrências, os agressores eram mulheres. Além disso, mais de seis mil casos foram registrados em postos de saúde e clínicas, reforçando o cenário de violência em diferentes ambientes de atendimento médico.

Para o vice presidente do Conselho Federal de Medicina, Emanuel Fortes, as agressões acontecem mesmo a presença de guardas municipais.

O ano de 2023 foi marcado por um recorde no número de casos de violência contra médicos. Quase quatro mil boletins de ocorrência foram registrados, o que corresponde a uma média de nove casos por dia. As agressões, de acordo com o levantamento, incluem ameaças, injúrias, difamações e lesões corporais, e são praticadas majoritariamente por pacientes, familiares ou pessoas desconhecidas. No entanto, há registros de violência também entre colegas de trabalho, incluindo enfermeiros, técnicos e outros servidores da área de saúde.

O conselho, desde 2018, orienta os médicos a formalizarem as denúncias de agressões, o que tem contribuído para o aumento dos registros nos últimos anos.

No Hospital de Clinicas da Unicamp, em Campinas, foram registrados 15 casos de violência neste ano até o momento. O que para a superintendente do local, Elaine Ataide, esses números podem ser ainda maiores.

Em Campinas, a prefeitura criou, em outubro de 2023, o Comitê Permanente de Orientação e Prevenção à Violência, envolvendo as secretarias de Saúde, Gestão e Desenvolvimento de Pessoas e Segurança Pública. O grupo realiza reuniões mensais com o objetivo de avaliar, acompanhar e implementar políticas de prevenção à violência contra trabalhadores da saúde. Além disso, no mesmo mês, foi lançada uma campanha de conscientização em unidades de saúde para alertar a população e os profissionais sobre os impactos da violência.

Piracicaba também adotou medidas de apoio aos profissionais de saúde. A Secretaria de Saúde local oferece assistência jurídica aos médicos que registram casos de agressão na rede pública, buscando garantir suporte legal aos trabalhadores vítimas de violência.

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