O prefeito de Monte Alegre do Sul (SP), Edson Rodrigo (sem partido), teve o mandato cassado nesta quarta-feira (2). Na sequência, houve duas renuncias, da vice-prefeita e do chefe do Legislativo, além de uma eleição para um novo chefe do Executivo.
Edson Rodrigo foi acusado de improbidade administrativa, após denúncia de prejuízo aos cofres públicos durante a Festa do Morango, em agosto de 2022. Ele ainda pode recorrer da decisão.
Após a Câmara cassar o mandato de Rodrigo, a vice-prefeita seria a primeira pessoa indicada para ocupar a posição. Élida Panegassi (Podemos) renunciou ao cargo durante a tarde.
Seguindo a ordem prevista por lei, a próxima pessoa a assumir o cargo de prefeito seria o presidente da Câmara, Luizinho Ferraresso (PP). Contudo, o vereador também renunciou à função.
Ambos atrelaram a renúncia ao fato de concorrerem ao Legislativo nas eleições municipais deste ano.
Uma sessão extraordinária foi convocada pela Câmara Municipal, ainda na quarta e, em eleição indireta, escolheu o vereador Luiz Fabiano (MDB) para assumir a prefeitura.
O Grupo EP entrou em contato com a Câmara dos Vereadores e com a administração municipal, mas não recebeu retorno até a publicação da reportagem.
A cassação
A denúncia de cassação foi realizada em setembro do mesmo ano. A investigação apontou irregularidades no recolhimento dos valores dos espaços públicos para a organização da festa.
Conforme decreto municipal, os expositores do evento deveriam pagar os espaços em conta bancária própria do município, mas expositores alegaram ter feito o pagamento via Pix para a conta particular de um funcionário responsável pelo setor de eventos.
Em depoimento à Câmara, o funcionário admitiu que recebeu o valor de maneira que contrariou o decreto e afirmou que o prefeito sabia que isso era feito.
À EPTV, o prefeito cassado, Edson Rodrigo, informou que está internado tratando uma doença renal. Disse que o Ministério Público arquivou a denúncia contra ele apresentada pela Câmara dos Vereadores.
Além disso, Rodrigo disse confiar na reversão da cassação e afirmou ser vítima de retaliações devido a “ânimos exaltados” entre o Legislativo e o Executivo.