Trio de romeiros percorre mais de 300 quilômetros com cruzes nas costas até Aparecida

Romeiros saíram de Charqueada e Piracicaba com destino à Aparecida
Foto: Aline Albuquerque/CBN Campinas

Uma cena chamou a atenção dos ouvintes da CBN Campinas nesta semana. Três homens andando a pé, carregando cruzes gigantes em acostamentos de estradas da região. Eles foram vistos pela primeira vez cruzando a Rodovia Anhanguera, na terça-feira, e não passaram despercebidos pelos motoristas. O primeiro relato foi feito no Jornal da CBN.

Nossa reportagem foi procurar o trio para descobrir a história por trás da peregrinação. O encontro aconteceu na Rodovia Dom Pedro, em Valinhos. O idealizador da longa caminhada é o pedreiro Francisco da Silva, de 61 anos, morador de Charqueada. Ele chamou outros dois amigos, de Piracicaba, para participar da procissão.

Francisco conta que são vários os motivos da caminhada, como agradecer bênçãos e levar pedidos de oração, mas um foi o principal. Ele tem uma sobrinha, Pamela Lazarim, moradora de Americana, que lutou contra um câncer na região abdominal por mais de um ano e que, recentemente, foi curada.

“Essa é uma promessa que eu fiz para minha sobrinha. Se ela ficasse boa, eu ia para Aparecida. A promessa que eu to pagando é que ela tava com câncer, agora ela sarou, então to pagando a promessa que eu fiz. Tá curada, graças a Deus. Estamos indo bem”, disse o romeiro Francisco.

Eles saíram de Charqueada no dia 28 de setembro, com destino à Aparecida. A procissão de mais de 300 quilômetros deve ser finalizada no Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro. 

Um dos amigos de procissão, o mecânico Geraldo Juliano, explica que os preparativos começaram com a confecção das três cruzes, cada uma com 15 metros, feitas em madeira e com rodinhas na base, para facilitar o transporte. Nas cruzes, além de fotos de familiares e amigos que receberam os milagres, eles também colocaram alguns itens pessoais e alimentos.

“É a primeira vez que to indo para Aparecida. Vim agradecer também tudo que eu tenho conquistado esse ano que passou. Cada um faz a sua cruz, monta ela, seu preparo, pinta ela, escrevem os nomes… Cada nome que tá ali é uma pessoa que pediu uma oração, por eles e por nós”, contou o peregrino Geraldo.

O outro romeiro, o motorista Gilson da Silva, relata que a estrada tem vários desafios, mas que pelo caminho eles acabam encontrando muitas pessoas solidárias à peregrinação. Até por causa do calor excessivo dos últimos dias, o trio prefere percorrer maiores distâncias à noite. Mas, mesmo nessa condição extrema, Gilson acredita que a fé ultrapassa o cansaço.

“A estrada é assim, uma coisa mágica… As pessoas passam, olham você caminhando. Na volta do trabalho deles, eles vêm e te oferecem comida. As pessoas ajudam muito, eles dão marmita, fruta, sempre vão ajudando. A hora que as pernas bambeiam a gente pede para Deus para ‘alimentar nós’ em força”, relatou o romeiro.

Francisco já é um romeiro de carteirinha. Ele já faz, há 44 anos, a procissão para Pirapora do Bom Jesus, na região de Sorocaba. E essa é a terceira vez que vai para Aparecida. Só que essa última viagem é a mais especial, pela vida e saúde da sobrinha.

“Não cansa, o cansaço só na saída. A cruz é duro sair com ela… Mas graças a Deus tá boa, venceu. É um milagre!”

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