A possível venda de uma parcela da histórica Fazenda Santa Elisa, sede do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), tem gerado polêmica entre pesquisadores e entidades. Durante visita a Sumaré na última quarta-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu a venda de uma gleba de 70 mil metros quadrados – conhecida como área São José – para “gerar valor para o Estado”.
A proposta causou reações na comunidade científica. A área destinada à venda corresponde a 1% dos aproximadamente 700 hectares do instituto, mas abriga uma das mais importantes coleções de café do mundo: o maior banco de germoplasma de café do Brasil, incluindo as mais antigas plantas de cafeeiro arábica clonadas por cultura de tecidos. Para Helena Dura Lutgens, presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), a venda coloca em risco avanços científicos valiosos.
Embora a venda possa ocorrer sem necessidade de aprovação da Assembleia Legislativa, a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento afirma que está conduzindo estudos para avaliar a viabilidade de alienação de áreas sob sua administração. Em nota, a pasta ressaltou que qualquer decisão será tomada em conjunto com a direção dos institutos e visa preservar, modernizar e valorizar as áreas de pesquisa já em andamento.