Homem que xingou funcionário de bar em Campinas e fez disparos também em Paulínia deve pagar indenização

Foto: Arquivo pessoal

A Justiça condenou um homem de 45 anos por um ataque em um bar de Campinas que teve tiros ao alto, pessoas imitando macaco e uso de símbolo nazista.

O juiz entendeu que houve discriminação racial e definiu uma indenização de R$ 30 mil por danos morais coletivos e o valor será destinado a um fundo de valorização da comunidade negra.

O mesmo réu, que está preso, já tinha sido condenado criminalmente pelos disparos, ameaça e injúria racial nesse caso e vai a júri por balear duas pessoas, na mesma noite, em Paulínia. Cabem recursos nos dois casos.

Os crimes ocorreram em 6 de maio de 2022. Em Campinas, um trio de homens chegou no Bar do Ademir, no distrito de Barão Geraldo, e ordenaram que um funcionário do estabelecimento, que é negro e africano, entrasse no carro onde estavam.

Ele negou. O trio desceu do veículo com uma arma e uma faca, quando um deles pegou a vítima pelo braço, dizendo que “quando a autoridade chamar você tem que responder”.

O proprietário do bar tentou intervir, mas foi ameaçado pelo réu, que estava a arma de fogo, segundo a denúncia do MP. Em seguida, com ajuda de um cliente do bar, o funcionário conseguiu se desvencilhar dos agressores, quando o réu fez três disparos com a arma para o alto.

Os homens teriam imitado macacos para o funcionário e um DJ, ambos negros.

O magistrado definiu que a indenização deve ser destinada ao Fundo de Valorização da Comunidade Negra do Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas ou ao Fundo Estadual da Promoção de Igualdade Étnica.

Em março deste ano, o mesmo homem já tinha sido condenado pela 6ª Vara Criminal, no mesmo caso, por ameaça, disparo de arma de fogo e injúria racial, em uma pena que soma 3 anos e nove meses de prisão em regime semiaberto.

O Grupo EP não conseguiu contato com a defesa do homem. Na ação, o réu negou os fatos. Afirmou que estava passeando com um amigo na avenida, a caminho de Paulínia, e estava com arritmia.

Pediu para comprar uma água, então, o amigou parou o carro na porta do bar e pediu a água, mas não foi bem atendido. E que começou uma confusão atrás de seu carro, sem relação com a dupla, então, entraram no carro e foram embora.

Esse outro homem que estava com ele, e que também foi réu no processo, foi absolvido neste caso por falta de provas.

Na mesma noite, o trio seguiu para Paulínia após o crime em Campinas. Lá, o réu fez disparos em frente a um bar e dois clientes foram atingidos, na Avenida dos Expedicionários, no Jardim Calegaris.

Em depoimento judicial, as duas vítimas contaram que eram do nordeste e tinha chegado recentemente a Paulínia. Também afirmaram que não houve briga ou discussão antes dos disparos. Um deles foi atingido no pulso e na barriga e precisou ficar dois dias internado. O outro foi atingido na mão e não precisou de internação.

Em relação a este crime, a Justiça determinou que o réu seja submetido a júri popular por tentativas de homicídio, coação no curso do processo e porte ilegal de arma de fogo. O júri ainda não foi realizado.

À Justiça, ele afirmou que fez um disparo, e que não viu onde atingiu. Também sustentou que deu o tiro porque foi atingido no pescoço por uma pessoa, pelas costas, ao descer do carro, mas que não tinha intenção de matar ninguém.

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