A Polícia Civil investiga a morte do menino Enzo Gabriel de Oliveira dos Santos Nero, de sete anos, que ficou internado por mais de um mês em Indaiatuba por suspeita de envenenamento. Ele morava em Itaquaquecetuba, na grande São Paulo e faleceu no dia 30 de outubro.
De acordo com informações do g1, o primeiro boletim de ocorrência foi registrado pelo pai do menino no dia 27 de setembro. Ele disse à polícia que o menino foi para escola e ao retornar para a casa, passou a se queixar de tonturas e dores de cabeça. No final da tarde, Enzo piorou e passou a apresentar tremores e fraqueza.
Ainda segundo o depoimento do pai, o menino desmaiou e foi levado para o hospital, que segundo ele, teve de ser reanimado com desfibrilador e levado para a Unidade de Terapia Intensiva.
De acordo com o boletim de ocorrência, naquele momento, foi expedido uma guia de exame junto ao Instituto Médico Legal (IML) para confirmar suspeitas de intoxicação. O pai foi encaminhado e orientado a apresentar toda a papeleta médica.
Conselho Tutelar
Em uma nova edição do boletim, no dia 2 de outubro, conselheiras tutelares disseram que foram acionadas pelo Hospital Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo, onde foram informadas sobre o quadro de saúde da criança.
As conselheiras afirmaram que durante a internação, o menino restabeleceu a consciência por alguns instantes e disse aos médicos que pouco antes de sentir-se mal, teria ingerido um refrigerante oferecido pelo próprio pai e que, dentro da bebida, havia um comprimido de cor preta.
O boletim de ocorrência ainda diz que no dia 2 de outubro a madrasta de Enzo foi vista no quarto onde o paciente estava, apertando o pescoço do menino, com o objetivo de asfixiá-lo. As conselheiras tutelares afirmaram que compareceram à DDM de Itaquaquecetuba para que providências legais fossem tomadas sobre os fatos, com o relatório médico do hospital onde o menino foi internado.
Boletim de ocorrência registrado pela tia
A tia materna do menino também registrou um boletim de ocorrência depois da morte da criança, que foi constatada no dia 30 de outubro. Na ocorrência, ela relatou à polícia que soube que a criança foi levada pelo pai e internada no Hospital Augusto de Oliveira Camargo, em Indaiatuba, e que a vítima estava desacordada. Por volta das 17h do mesmo dia, o hospital comunicou a morte da criança à família.
Ainda segundo o boletim, a tia contou à polícia que cerca de um mês antes, o menino teria deixado Itaquaquecetuba e ido para Indaiatuba com suspeita de envenenamento por chumbinho.
O que diz a Secretaria de Segurança Pública?
O caso foi registrado como morte suspeita pela Delegacia de Indaiatuba. A ocorrência também é investigada pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Itaquaquecetuba (DDM), que aguarda o resultado do laudo do IML, em elaboração, para esclarecimento da morte e elucidação dos fatos.
O g1 questionou a SSP se a madrasta foi ouvida pela polícia e se foi detida, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou que os fatos “estão sob investigação, mas os detalhes precisam ser preservados para não impactar o trabalho policial e por envolver um menor de idade.”
O que diz a Prefeitura de Itaquaquecetuba?
Em nota, a Prefeitura de Itaquaquecetuba informou que o Conselho Tutelar III acompanhou o caso para garantir a proteção e assegurar os direitos da criança, conforme estipulado na Lei Federal 8069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Ainda de acordo a administração municipal, o órgão registrou um boletim de ocorrência para apuração dos fatos e acionou a Promotoria da Infância e Juventude de Itaquaquecetuba. “Diante dos indícios, procedeu-se com o afastamento provisório da criança, conforme o artigo 101 do ECA, que ficou sob a responsabilidade da avó materna.”
O acompanhamento do núcleo familiar foi solicitado ao Conselho Tutelar de Indaiatuba, onde a avó mora, e o caso está sendo investigado pela polícia. O Conselho Tutelar informou ainda que mantém o sigilo dos atendimentos realizados em conformidade com as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social.
Com informações do g1
Reportagem em atualização*