O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça Federal um morador da região do Campo Grande, em Campinas, onde foram encontrados mais de 500 animais silvestres. Ele havia sido preso em 6 de setembro passado durante operação da Polícia Federal.
O denunciado vai responder por crimes contra a fauna. Ele é acusado de exportar e manter em cativeiro animais silvestres sem autorização da autoridade ambiental competente, conduta agravada pelo fato de envolver espécies ameaçadas de extinção. A denúncia do MPF inclui, ainda, o crime de falsidade ideológica, já que o acusado utilizou documento falso para enviar as aranhas pelos Correios sem ser identificado.
Na casa do homem, em setembro passado, os agentes da Polícia Federal encontram dezenas de espécies, entre elas, serpentes, falsa coral e tipos de jiboia, escorpiões, um papagaio verdadeiro e mais de 300 aranhas caranguejeiras.
O homem também mantinha em cativeiro animais exóticos, entre eles, o chamado escorpião-imperador e a lagartixa leopardo, e possuía caixas com cerca de 100 baratas dos tipos Red Runner e de Madagascar.
Além disso, ele tentou exportar para a Alemanha 73 aranhas caranguejeiras, sem autorização da autoridade ambiental.
De acordo com informações da polícia, ele também mantinha dentro de casa 364 espécies da fauna brasileira e 138 oriundas de outros países, entre aranhas, escorpiões e cobras, incluindo algumas consideradas em perigo de extinção.
Os animais silvestres eram anunciados em um grupo do Whatsapp e vendidos tanto no mercado nacional como internacional.
Os crimes foram descobertos em outubro de 2023, quando o pacote com as caranguejeiras foi encontrado por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Setor de Remessa Postal Internacional dos Correios, em São Paulo. Porém, o nome usado pelo criminoso para enviar a mercadoria era falso.
As investigações conduzidas pelo MPF permitiram chegar ao verdadeiro remetente da encomenda. Por meio do Núcleo Técnico de Combate aos Crimes Cibernéticos, o órgão conseguiu identificar o endereço IP do computador utilizado para acessar o código de rastreio dos Correios.
A partir daí, houve o monitoramento do acusado até a data da operação policial que resultou no flagrante das ilegalidades. Após as apreensões, as espécies foram encaminhadas ao IBAMA para adequada destinação.