Campinas contabilizou 328 casos de hanseníase entre 2014 e 2024, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde. A doença, que tem uma média de 30 casos anuais na cidade, apresentou queda significativa em 2024, com redução de 43,5% em relação aos anos anteriores.
Embora as mortes por hanseníase sejam raras, a doença pode causar graves incapacidades físicas se não tratada, afetando pele e nervos periféricos. A enfermeira Christiane Ambrósio do Nascimento, responsável pela vigilância de doenças crônicas transmissíveis na Secretaria de Saúde, explica a importância de identificar precocemente os sintomas e buscar tratamento imediato.
A campanha Janeiro Roxo busca alertar a população sobre os sintomas e as formas de transmissão da hanseníase. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão ocorre pela eliminação de uma bactéria através de espirros, tosse ou fala. No entanto, é necessário um contato próximo e prolongado com a pessoa infectada para que a contaminação aconteça.
Por conta disso, a transmissão é mais comum entre pessoas que convivem no mesmo ambiente, como familiares ou residentes em locais coletivos, como abrigos e alojamentos industriais, como conta a especialista.
Pessoas com sintomas devem procurar imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica. O diagnóstico é realizado por meio de exames físicos gerais, dermatológicos e neurológicos, com foco na identificação de lesões características da hanseníase. Exames laboratoriais também podem ser solicitados para confirmação.
O tratamento é oferecido de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e dura entre 6 e 12 meses, dependendo da gravidade do caso. Um ponto importante é que a hanseníase deixa de ser transmissível logo no início do tratamento, reforçando a importância do diagnóstico precoce para evitar novas ocorrências e preservar a saúde da pessoa infectada.