Campinas registra aumento de 52% nas mortes durante ações policiais

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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Em 2024, o município registrou 32 óbitos durante ações da Polícia Militar, segundo o Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).

Ainda de acordo com o balanço, em 2023, foram registradas 21 mortes decorrentes de intervenções policiais na cidade. Segundo o Gaesp, todas as mortes contabilizadas em 2024 foram provocadas exclusivamente pela PM, mesmo que o levantamento considere ações da Polícia Civil e Guarda Municipal, quando elas ocorrem.

De acordo consultor em segurança, Marco Aurélio Gritti, as operações policiais e o número de pessoas presas refletem nos casos de mortes. O consultor em segurança cita os casos que favorecem o índice de criminalidade em Campinas.

Marco ainda fala sobre as câmeras corporais durante o trabalho dos policiais.

Além de Campinas, outras cidades da região registraram mortes por intervenção policial, nos municípios de Americana, Hortolândia, Sumaré, Monte Mor, Paulínia e Mogi Mirim. O levantamento do Gaesp é feito pela instituição, que é obrigada a realizar o controle externo das ações policiais.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) afirmou que “não compactua com excessos ou desvios de conduta, punindo exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos estabelecidos pelas forças de segurança”

Caso recente

Um homem morreu após entrar em confronto com policiais militares na estrada de acesso ao bairro Chácara Cruzeiro do Sul, na região do Campo Grande, em Campinas na última terça-feira (21).

De acordo com a PM, uma viatura estava em patrulhamento no bairro Jardim Santa Rosa, quando a equipe recebeu a informação de dois carros estavam fazendo transbordo de armas. Os policiais encontraram um dos carros em movimento. A ordem de parada foi dada, quando começou uma perseguição.

Durante a tentativa de fuga, o motorista do carro colidiu contra outro veículo. Ele desceu e tentou se esconder na área de mata, quaNdo aconteceu uma troca de tiros. O homem foi atingido e morreu no local. Ele estava com R$ 407 e uma pistola calibre 9 milímetros.

No carro, a PM encontrou duas placas de coletes a prova de balas, munição de arma calibre 12, um tablete de maconha e dois celulares.

O caso foi registrado como homicídio decorrente de oposição à intervenção policial, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, tráfico de drogas e tentativa de homicídio.

Confira a nota completa da Secretaria de Segurança Pública

“A SSP ressalta seu compromisso com a legalidade, transparência e respeito aos direitos humanos fundamentais. A pasta não compactua com excessos ou desvios de conduta, punindo exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos estabelecidos pelas forças de segurança.

Todos os casos de mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP) são dessa natureza são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Nos casos em que essa dinâmica não é comprovada na investigação, os agentes envolvidos são punidos conforme determina a lei. Desde o início de 2023, mais de 300 policiais foram demitidos e expulsos, e mais de 450 agentes foram presos.

Para reduzir a letalidade policial, a corporação segue investindo no aprimoramento do efetivo por meio do seu programa de formação continuada, com capacitações práticas e teóricas, e na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo.

Somado a isso, comissões direcionadas analisam casos desta natureza e ajustam procedimentos de abordagem” informou.

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