Ouça a reportagem na íntegra.
As companhias aéreas Azul e Gol assinaram, na última semana, as negociações para uma fusão entre as empresas. A fusão reúne as operações de duas ou mais empresas para consolidar uma nova empresa, mas sob uma única estrutura.
A junção das empresas deve causar reflexos no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, uma das principais bases operacionais da Azul, com mudanças na dinâmica das operações.
Se aprovada, a fusão pode gerar uma reestruturação das rotas e serviços oferecidos, o que pode impactar a disponibilidade de voos e a experiência do passageiro, como detalha o especialista em Direito Empresarial e Direito Societário, Fernando Canutto.
Caso a união se concretize, a nova empresa concentrará 60% do mercado aéreo no país. As marcas Gol e Azul continuarão a existir de forma independente, mas as duas empresas aéreas poderão compartilhar aeronaves, com uma companhia fazendo voos da outra, o que aumentará a ligação entre grandes cidades e destinos regionais.
Canutto aponta que um dos impactos da fusão empresarial para os consumidores e a economia do Brasil é a baixa concorrência, que pode gerar aumento dos preços das passagens.
Um dia após o anúncio da possível fusão, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que, se concretizada, a junção poderá ser positiva para o país. Para o ministro, a união das empresas não deve provocar um aumento no preço das passagens aéreas.
Silvio Costa Filho disse acreditar que a junção das aéreas pode ajudar a evitar aumento de tarifa e reduzir o número de assentos não ocupados das aeronaves.
De acordo com o memorando assinado, a fusão depende do fim da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, prevista para abril. A proposta precisará ainda da aprovação do Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica.