O número de denúncias por perturbação de sossego em Campinas aumentou 8% em um ano, segundo dados da Guarda Civil Municipal (GCM). De janeiro a dezembro de 2023, foram registradas 11.727 reclamações. Já em 2024, o total subiu para 12.672. O barulho excessivo provocado por estabelecimentos comerciais, motoristas com som alto, trânsito intenso e até mesmo obras tem gerado insatisfação entre os moradores.
Os bairros que mais registraram queixas foram o Centro, com 639 reclamações (aumento de 2,5% em um ano), seguido do Cambuí, com 482 (crescimento de 22,6%), e Cidade Satélite Íris, com 317 (alta de 18,7%).
O Cambuí, um dos bairros mais afetados, é conhecido por suas atrações noturnas, como bares, restaurantes e boates, mas também é cercado por prédios residenciais, o que gera conflitos frequentes entre o entretenimento e o direito ao sossego. A moradora Vera Vinícius afirma que os ruídos constantes prejudicam a qualidade de vida dos moradores.
No Centro, a situação também preocupa. O analista de testes Bruno Salvani aponta que a variedade de fontes de ruído torna o bairro caótico.
Outro problema recorrente em muitos bairros, é o barulho provocado por motocicletas, como conta o atendente João Pedro Maciel.
A Guarda Municipal, responsável pela fiscalização, orienta que as denúncias podem ser feitas pelos telefones 153 ou 156. Segundo a legislação municipal, ruídos acima de 55 decibéis durante o dia e 50 decibéis após as 22h são passíveis de multa, que varia entre R$ 488,05 e R$ 14.641,50.
A GCM ainda alerta que as medidas são apenas administrativas, e a legislação não prevê prisões, no entanto, a reincidência pode resultar em penalidades mais severas, como a interdição de estabelecimentos comerciais que desrespeitarem a norma.