Sem desfilar há dez anos, escolas de samba seguem vivas como blocos

Em 1928, no Rio de Janeiro, o músico Ismael Silva fundou a Deixa Falar. A entidade carnavalesca no bairro do Estácio ficava ao lado da Escola Normal. Com a intenção de formar sambistas, Ismael batizou a agremiação, que daria oportunidade aos moradores de brincar o Carnaval como os ricos das Grandes Sociedades, de escola de samba.

A Deixa Falar durou pouco e não participou do primeiro campeonato entre as escolas de samba, quatro anos depois. Mas antigos ranchos se tornaram escolas e disputaram entre eles, como Mangueira, Portela (que ainda se chamava Vai Como Pode) e Unidos da Tijuca.

A representatividade do povo afro-brasileiro fez com que as escolas de samba se tornassem um sucesso a nível nacional. Elas se espalharam pelo Brasil e Campinas também fez parte disso. Mas há dez anos o desfile não acontece na cidade.

Foto: Firmino Piton/PMC

As escolas, porém, não acabaram. Fundada no início da década de 1950, a Estrela D’Alva segue viva. Claro que ela não pode concorrer com ninguém, porque não tem desfile em Campinas. Mas a comunidade da Vila Costa e Silva não ficou sem o swing da bateria, que se apresentou no último domingo. O presidente da agremiação, Michel Henrique, destaca a importância de manter a comunidade engajada com a escola enquanto os desfiles não voltam.

A Rosa de Prata, que completa 50 anos em 2025, também mantém as atividades na Vila Castelo Branco. O presidente, Rafael Rosa, conta que os integrantes continuam engajados mesmo sem poder concorrer com outras escolas.

A organização de um desfile de escolas de samba demanda infraestrutura e também subvenção pública para confecção das alegorias e fantasias. Em cidades de Carnavais fortes, como Rio de Janeiro e São Paulo, o dinheiro investido se multiplica e volta em forma de impostos. Em Campinas, onde os desfiles sempre foram gratuitos para o público, isso acaba não acontecendo. A secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli, informa que nenhuma entidade carnavalesca recebeu verba da Prefeitura.

O presidente da Liga das Escolas de Samba de Campinas, Edson Joia, ainda não vislumbra uma data para a volta da competição.

Os fãs das escolas campineiras e os componentes ainda vão esperar mais algum tempo, como confirma o diretor de Cultura da Prefeitura de Campinas, Gabriel Rapassi.

Além da Estrela D’Alva, a Leões da Vila Padre Anchieta já se apresentou duas semanas antes do Carnaval. A Rosa de Prata e a Unidos do Shangai tocam para as comunidades neste domingo.

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