O vereador Vini Oliveira (Cidadania) retirou o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades no concurso público para Residência Médica do Hospital Mário Gatti, realizado em 26 de janeiro e organizado pela Consesp.
Durante a sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (17), o parlamentar pediu desculpas publicamente por publicações feitas nas redes sociais que citavam nominalmente vereadores que não assinaram o requerimento da CPI. O pedido de desculpas foi direcionado aos colegas parlamentares, e a retirada do requerimento oficializa o arquivamento da solicitação.
Além da falta de apoio ao pedido de CPI, Vini também enfrentou críticas de diversos vereadores pelas postagens nas redes sociais, entre eles o Carlinhos Camelô (PSB).
O vereador Edison Ribeiro (União) ironizou o comportamento do parlamentar: “O certo é internar ele um pouquinho”.
Prefeitura desclassifica candidatos e aciona MP
Nessa segunda-feira a Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar divulgou a desclassificação de sete candidatos do concurso de residência médica de 2025 pela suspeita da fraude. Segundo a prefeitura, os concorrentes acertaram 94 das 100 questões e tiveram notas idênticas também nas subdivisões temáticas.
Com as irregularidades apontadas, o resultado do concurso foi suspenso para revisão de todas as provas. A administração municipal informou ainda que acionou o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para apurar o possível crime e abriu um processo administrativo para penalizar a Consesp, responsável pela aplicação das provas.
Denúncias e suspeitas de irregularidades
A denúncia que havia motivado abertura da CPI apontaram também possíveis falhas na fiscalização do exame. Entre as principais queixas, estavam a ausência de conferência das assinaturas dos candidatos, a liberdade para escolha de assentos, a falta de inspeções rigorosas contra dispositivos eletrônicos e a ausência de acompanhamento de fiscais durante idas ao banheiro.
CPI sem apoio suficiente
Para que a CPI fosse instaurada, seriam necessárias 11 assinaturas entre os 33 vereadores da Câmara, mas apenas seis parlamentares haviam apoiado a iniciativa.
A falta de adesão demonstrou que a proposta não contava com apoio suficiente. Com a retirada do pedido, a investigação da Consesp e a atuação do Ministério Público agora são os principais caminhos para esclarecer as suspeitas sobre o concurso.