Audiência pública reúne mais de 300 estudantes sobre futuro da Unicamp na gestão do HES

foto: Lucas Neri/ CBN Campinas

Uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campinas nesta terça-feira (11) debateu a permanência da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na gestão do Hospital Estadual de Sumaré (HES). O evento reuniu cerca de 300 estudantes de cursos da área da saúde, além de autoridades políticas e representantes da universidade. O debate foi presidido pela vereadora Fernanda Souto (PSOL). 

A Unicamp administra o HES desde sua inauguração, em setembro de 2000, por meio de um convênio com o governo do Estado de São Paulo. No entanto, essa parceria está ameaçada. O contrato vigente, renovado em 2020, tem validade até julho deste ano, e o governo estadual tem sinalizado a intenção de não prorrogá-lo, optando por um chamamento público para definir a nova entidade gestora. Isso abre a possibilidade de que uma Organização Social de Saúde (OSS) assuma o hospital, substituindo a Unicamp. 

A estudante de medicina Sabrina Lamarão destacou a mobilização do movimento estudantil em defesa da permanência da universidade na administração da unidade. 

O HES atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de seis municípios da Região Metropolitana de Campinas: Americana, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré. Além dos serviços assistenciais, a unidade é um importante centro de ensino e pesquisa para estudantes da área da saúde. O modelo atual funciona em um sistema de “casamento” entre Estado e universidade: a Secretaria de Saúde banca os custos assistenciais, enquanto a Unicamp é responsável pela formação acadêmica e pelas pesquisas desenvolvidas no hospital. 

A vereadora Fernanda Souto, que presidiu a audiência, ressaltou a importância da mobilização para pressionar o governo estadual a rever a decisão. 

A universidade foi informada há cerca de um ano sobre a possibilidade de um chamamento público. Para garantir sua permanência, a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), que opera o hospital, busca o credenciamento como OSS, o que a habilitaria a participar da concorrência pelo contrato. 

Oswaldo da Rocha Grassiotto, diretor executivo da Área de Saúde da Unicamp, afirmou que a melhor solução para o impasse seria uma negociação direta com o governo estadual.  

De acordo com Grassiotto, a Unicamp tem três propostas para tentar manter a gestão do hospital: 

– Renovação direta do convênio atual, sem a necessidade de chamamento público; 

– Reconhecimento das unidades de saúde administradas pela Unicamp (HES, Hospital de Clínicas, Hospital da Mulher etc.) como autarquias, devido à sua função acadêmica e de pesquisa; 

– Adiamento do chamamento público em pelo menos um ano, postergando a mudança de gestão para 2026. 

Jorge Curi, diretor estadual do Departamento Regional de Saúde de Campinas, afirmou que a decisão final caberá à Secretaria de Estado da Saúde, mas reconheceu a relevância da Unicamp na administração do HES. 

Enquanto o futuro do hospital segue indefinido, estudantes prometem manter a mobilização para pressionar o governo do Estado a manter a Unicamp à frente da unidade. 

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