A criação de vias marginais na Rodovia Santos Dumont (SP-075) foi tema de discussão, nesta quarta-feira (12), em uma Comissão na Câmara Municipal de Campinas. A obra é uma alternativa para reduzir o tráfego intenso e evitar os congestionamentos constantes na via.
A reunião foi conduzida pelo vereador Filipe Marchesi (PSB), presidente da Comissão de Mobilidade Urbana e Planejamento Viário da Câmara. Além dos vereadores, participaram da reunião secretários municipais, representantes da Emdec e ainda do Grupo Via Appia, responsável pela concessionária Via Colinas.
Durante o encontro, a empresa apresentou aos parlamentares e membros do Executivo a versão atual do projeto para implantação das marginais. A apresentação mostrou pontos da rodovia, como estão hoje, e como devem ficar no futuro, após a realização das obras. O plano apresentado indica que a intervenção será feita em 10 quilômetros da rodovia.
Ficou definido que a Emdec realizará um estudo sobre o pontilhão que dá acesso ao Jardim das Bandeiras e ao bairro São José para implantação de um acesso no formato “mão inglesa”. O Legislativo também salientou no encontro a necessidade de recapeamento da rodovia. Os investimentos são estimados entre R$ 300 e R$ 400 milhões.
Após a apresentação, os vereadores fizeram os apontamentos de possíveis melhorias no projeto, que serão discutidos junto à empresa que administra a via.
A concessionária informou, durante a sessão, que o novo projeto de adequação já foi levado à Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), que agora depende da aprovação da Prefeitura de Campinas para ser liberado pela agência reguladora.
O ceo da empresa, Brendom Ramos, falou que os trabalhos só não têm prazo para início por conta dessas liberações.
A CBN questionou a Prefeitura sobre a análise do projeto. Em nota, a Prefeitura informou que a análise técnica final do projeto estava condicionada à apresentação pública do projeto detalhado das marginais da rodovia para a população, como foi realizado na Comissão da Câmara.
Disse ainda que, assim que as sugestões de moradores e vereadores apresentadas na Câmara forem encaminhadas à Prefeitura, a Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano e a Emdec avaliarão o projeto.
Além de ser a principal rota dos passageiros que embarcam e desembarcam no Aeroporto de Viracopos, a rodovia é usada por motoristas que se deslocam entre bairros de Campinas, especialmente na região do São José e Parque Oziel, e atende ainda moradores de outras cidades, como Indaiatuba.
Histórico do projeto
Em maio de 2018, o Governo do Estado decretou de utilidade pública uma área de aproximadamente 29 mil metros quadrados para a implantação das marginais.
Seriam pouco mais de 7 km de marginais no trecho entre as rodovias Anhanguera e Bandeirantes, em Campinas. As obras teriam execução pela concessionária AB Colinas, que administra a via.
Na época, a Artesp chegou a informar que as obras começariam em 2017, mas o projeto nunca saiu do papel. A reportagem da CBN Campinas apurou que o impasse ocorre pois a concessionária que administra a Santos Dumont seria responsável pelos custos de desapropriação, entre os quilômetros 70 e 77. A construção, porém, não estava prevista no contrato de concessão da rodovia.
O projeto original prevê que a marginal ligue a alça de acesso para a Rodovia dos Bandeirantes à Avenida Prestes Maia, também com acessos entre bairros da região do Distrito do Ouro Verde.
