O grupo de 35 indígenas resgatados esta semana em condições de trabalho análogas à escravidão, em Pedreira, voltaram à aldeia em que moram, em Amambaí, no Mato Grosso do Sul, na madrugada deste sábado. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), eles embarcaram em um ônibus fretado pela empresa que fez as contratações para apanhar frangos que iriam a abate.
De acordo com investigação do MPT, os indígenas eram submetidos a condições degradantes de alojamento e foram hospedados em uma casa com três dormitórios, dois vasos sanitários e um chuveiro. Além disso, eles bebiam a mesma água das galinhas e só comiam arroz. Também não havia Equipamento de Proteção Individual (EPI).
O órgão apura indícios de tráfico de pessoas no transporte dos 35 indígenas, no qual um cacique confirmou ter recebido R$ 700, mas afirmou que se tratava de ajuda comunitária. Ele será investigado.
Por meio de nota, a empresa Raposão Coletora de Aves, que contratou os indígenas, disse que jamais agiu na vontade de “causar qualquer dano aos seus trabalhadores, e as questões apontadas na investigação estavam em processo de regularização pela própria empresa”. Informou também que fará verificação interna para esclarecer o ocorrido.