Páscoa mais amarga: alta do cacau encarece ovos e chocolates

foto: Lucas Neri/ CBN Campinas

Já imaginou uma Páscoa com menos chocolate e ovos ainda mais caros? Esse é um dos cenários previstos para este ano, e os reflexos já aparecem nas prateleiras dos supermercados de Campinas. Mesmo faltando um mês para a data, ovos de apenas 120 gramas chegam a custar R$ 60. 

Diante dos altos preços, a aposentada Sonia Ramalho precisou adotar uma estratégia diferente para garantir o chocolate dos filhos e netos.  

O programador Felipe Tortella também decidiu mudar os planos e, neste ano, optou por trocar os tradicionais ovos de Páscoa por barras de chocolate. 

O principal fator por trás dessa alta é o aumento no custo da matéria-prima. No último ano, a tonelada de cacau chegou a ser negociada por US$ 11.040 na Bolsa de Valores de Nova York – uma disparada de 163% em comparação com o mesmo período de 2023. 

Essa valorização é impulsionada por problemas climáticos nas lavouras dos maiores produtores mundiais, localizados na África. O continente responde por 70% do fornecimento global do fruto, e a Costa do Marfim, maior produtora do mundo, sozinha é responsável por 45% do cacau consumido no planeta. 

No Brasil, os impactos são inevitáveis, já que o cacau é uma commodity – ou seja, tem o  preço definido internacionalmente. A alta vem sendo repassada gradualmente aos consumidores. Em 12 meses até janeiro, o preço do chocolate em barra e do bombom subiu 16,53%, enquanto o chocolate em pó e o achocolatado ficaram 12,49% mais caros, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE. 

Além dos consumidores, o aumento também impactou os pequenos empreendedores. A confeiteira Júlia Porto, que trabalha no ramo há sete anos e tem o próprio negócio há cinco, nunca viu uma alta tão expressiva no preço do chocolate. 

Diante desse cenário, ela também precisou adotar novas estratégias para minimizar o repasse do custo aos clientes. 

Apesar de o Brasil responder por cerca de 4% da produção mundial de cacau, o país não consegue suprir a própria demanda. Em 2023, o mercado brasileiro precisou de 229 mil toneladas do fruto, mas colheu apenas 179,4 mil, uma queda de 18,5% em relação ao ano anterior. 

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