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A situação para quem tem precisado dos hospitais com acesso público em Campinas tem sido crítica nesta semana. Após o anúncio do Hospital de Clínicas da Unicamp, nesta quarta-feira (5), de que opera com 500% dos leitos da Unidade de Emergência ocupados, a Rede Mário Gatti tem sentido os reflexos, também com alta demanda de pacientes.
De acordo com o último balanço divulgado pela Prefeitura, a ocupação das unidades da rede, que conta com o Hospital Ouro Verde, Mário Gatti e as UPAs, atualmente está entre 95 e 100% da capacidade. No Pronto Socorro do Hospital Ouro Verde, a situação foi constatada pela CBN Campinas, com a sala de espera do PS lotada, além da grande circulação de pacientes do lado de fora.
A moradora Denise Bueno relata que chegou na noite de quarta-feira para buscar atendimento e passou mais de 12 horas esperando.
A campineira Ângela Maria da Silva também enfrenta essa situação na unidade. Ela está acompanhando o marido, que está sofrendo com dores no rim. A mulher relatou que também passou mais de 12 horas na espera junto ao companheiro, que só foi atendido por volta das 8h da manhã.
O paciente chegou a tomar soro de pé. Ela acredita que será necessário passar por um procedimento cirúrgico, o que tem preocupado, já que enquanto o companheiro dela espera do lado de dentro, observa dezenas de pacientes sem um leito.
O que diz a Prefeitura
Sobre a superlotação na rede, a Prefeitura de Campinas informou que tem conversado com o governo do Estado para que haja a abertura dos leitos na Casa de Saúde e a implantação do Hospital Metropolitano.
A CBN Campinas solicitou ao governo estadual uma nota sobre como estão as tratativas a respeito do hospital que atenderia a demanda regional e aguarda retorno.
A Secretaria Municipal de Saúde disse ainda que monitora de forma contínua a ocupação dos leitos e encaminhamentos de pacientes na cidade por meio do Sistema de Regulação do Estado de São Paulo (Siresp).
Devido à medida anunciada pela Unicamp, que pediu a suspensão no acolhimento de novos pacientes adultos, também solicitou que a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross) de São Paulo reduza os encaminhamentos de pacientes de outras cidades para Campinas.
Informou que todos os pacientes que necessitam de internação na Rede Mário Gatti estão assistidos. A ocupação é dinâmica e muda a todo momento, pois a rotatividade de leitos é alta. Todos os pacientes são atendidos, uma vez que as unidades trabalham no sistema “porta aberta”.
As cirurgias de urgência e eletivas continuam sendo realizadas, assim como o encaminhamento de pacientes pelo Samu para os hospitais de referência municipais.
Sobre os leitos, disseram que, considerando convênios com hospitais e a Rede Mário Gatti, são 920 leitos disponíveis no Município.
Alta demanda também na Unicamp
Na quarta-feira (5), o Hospital de Clínicas da Unicamp anunciou que está em estado de superlotação crítica, trabalhando com 500% dos leitos ocupados. Por isso, pediu a suspensão no acolhimento de novos pacientes adultos. Segundo a unidade, pediatria e cirurgias não foram afetadas.
O alerta foi enviado em caráter de urgência para que o Samu, Corpo de Bombeiros e a Central Estadual de Regulação de Vagas (Cross), não mandem mais pacientes para o HC até que essa situação de superlotação melhore. Recomendaram à população que se dirija a outros hospitais para serem atendidos.
Reflexos chegaram no Hospital da Puc
O cenário também refletiu no Hospital da Puc. Segundo a unidade, o pronto socorro adulto do SUS estava com 70 pacientes, sendo que a capacidade é para 20 pacientes. A instituição informou ainda que não houve cancelamento de cirurgia por falta de leito.
