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A Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar está atualizando a lista de pacientes que aguardam nas filas de cirurgias nos hospitais Mário Gatti e Ouro Verde, em Campinas.
Atualmente a fila tem 8,6 mil pessoas aguardando a ligação para marcar cirurgias. Com essa atualização, a saúde pretende analisar quem ainda precisa do atendimento.
Walmir Lopes é uma das pessoas que precisou de um procedimento cirúrgico e esperou por anos. Por conta da demora, ele procurou o serviço particular.
Sérgio Bisogni, presidente da Rede Mário Gatti, explica que a saúde fez uma análise após os hospitais registrarem um alto número de falta nas cirurgias. Além disso, a pasta também verificou pacientes que faleceram e retiraram os nomes da listagem.
“Nós pegamos desde o início, tinha pacientes até de 2013 na fila. Aí nós tiramos todos os pacientes que estavam em duplicidade nas filas do Ouro Verde e do Mário Gatti. Aí pegamos a lista de óbitos da prefeitura, excluímos os que já faleceram. Então nós tiramos da fila e pegamos, principalmente, os pacientes ortopédicos entre 2013 e 2018. Nós chamamos todos eles. Dos 85 que nós chamamos, que eram os que restavam, 41 tem cirurgia para fazer. Os outros não. Então com isso, nós vamos pegar esses 41 pacientes que tem indicação cirúrgica e vamos operá-los no Ouro Verde”, disse o presidente.
O presidente ressalta que em alguns casos não há indicação cirúrgica, e com essa mudança, a fila deve diminuir.
“Quando nós fomos entrar no sistema, a gente percebe o seguinte, tem pessoas indicadas, têm necessidade de cirurgia de prótese de joelho, que é alta complexidade, por exemplo. Aí a pessoa ela é obesa, tem idade, está descompensado o diabetes. Então ela não está em condição cirúrgica. Essa pessoa tem que ficar em uma fila, e quando entrar em condição cirúrgica ela volta para fila de cirurgia. Eu preciso de pessoas que possam ser operadas da maneira quando você chamar na avaliação pré anestésico ou pré-operatório. Então isso daí vai ter feito. Acredito que numa média questão de 1 mês. Mês e pouquinho, nós estamos com essa lista em ordem e continua operando, né? Não paramos absolutamente nada”, contou o presidente.
Sérgio Bisogni também afirma que o aumento dos acidentes contribuiu para o atraso nas cirurgias eletivas, aumentando a demanda de procedimentos. Uma das soluções apontados por ele é o aumento da capacidade municipal para atender os pacientes.
A partir desta semana, os pacientes que estão nas filas dos hospitais serão comunicados por meio dos telefones que estão registrados no cadastro, para confirmar a permanência da necessidade do procedimento, atualizar dados e contatos.
A comunicação com o paciente será feita por mensagem de Whatsapp, pelo número (19) 3272-4419. As mensagens são automatizadas.
O paciente que for contatado pela autarquia e não responder será considerado “não localizado” e excluído da fila cirúrgica. Isso ocorrerá após três tentativas de comunicação via WhatsApp, em dias e horários aleatórios.
O que diz a Rede Mário Gatti
Em nota, a Rede Mário Gatti afirmou que o paciente citado nesta reportagem teve alta ambulatorial em no dia 21 de outubro de 2024. Segundo a nota, ele não está na fila de cirurgia.