Secretário é exonerado após denúncia de condições de escravidão em Mogi Mirim

Foto: MPT/MTE

A prefeitura de Mogi Mirim exonerou o secretário de Mobilidade Urbana, Allan Rodrigo Alves, após a identificação de condições precárias no ambiente de trabalho de um servidor da pasta.  

Segundo a administração municipal, a decisão foi tomada porque ele era o responsável pela área onde o trabalhador atuava. 

A irregularidade foi constatada em uma operação do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego. O funcionário, de 63 anos, trabalhava sozinho em um prédio sem energia elétrica e banheiro, onde realizava a pintura de placas de trânsito.  

O local foi interditado e o caso é tratado como condição análoga à escravidão pelo MPT. 

A prefeitura abriu uma apuração interna para investigar os fatos e disse que o servidor chegou a receber proposta para atuar em outro local, mas teria recusado. O Ministério Público deve entrar com ação civil pública contra o município. 

O ex-secretário, Allan Rodrigo Alves, informou à CBN que estava há 2 meses e 19 dias como secretário de Mobilidade Urbana. Confira o poscionamento na íntegra:

E essa situação, que também considero grave, existe desde 2023. Desde agosto de 2024, o Sindicato vem solicitando uma ação do governo. Vale ressaltar que na segunda semana no cargo de secretario eu já solicitei ao RH (documentado) a transferência do servidor para outra secretaria, uma vez que seu cargo já não tinha mais serventia na Mobilidade Urbana. Não obtive resposta do RH e posteriormente tomei a iniciativa de pedir aos secretários de outras pastas que pudessem absorver o servidor, e não obtive ajuda (papel esse que não era meu fazer). Ainda, fiz um apelo aos secretários numa reunião de secretariado, com a presença do prefeito, para que me ajudassem a encontrar um espaço digno no governo para o servidor, e ninguém, absolutamente ninguém, tomou qualquer atitude. Sem contar que o Gabinete do Prefeito foi notificado pelo Sindicato e não foi passado essa situação para que eu resolvesse, só fiquei internado do assunto quando o MP me notificou a responder sobre o caso. Na verdade, me sinto uma espécie de “bode expiatório” para um erro “generalizado” do Governo que vem desde 2023. Fui sumariamente exonerado para que outras pessoas mais próximas do Prefeito não fossem responsabilizadas pelo grave erro que se estende desde 2023 e que o Governo na sua inoperância não resolveu” afirmou Allan.

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