A Câmara Municipal de Campinas aprovou, em primeira discussão, o projeto de lei complementar do Executivo que propõe a separação dos cargos de secretário de Habitação e presidente da Companhia de Habitação Popular (Cohab Campinas), atualmente acumulados por Arly de Lara Romeo. A proposta ainda precisa passar por uma segunda votação, prevista para a próxima segunda-feira (14).
Com a separação dos cargos, o prefeito Dário Saadi deve anunciar pelo menos um novo nome para a composição da pasta. A CBN Campinas apurou que o principal cotado para assumir a Secretaria de Habitação é o vereador Luiz Cirilo (Podemos). Segundo fontes ouvidas nos bastidores da Câmara, há uma articulação política envolvendo o partido, que integrou a coligação de apoio à reeleição de Dário em 2024.
A ausência de Cirilo na sessão desta segunda-feira (7) também chamou atenção. A CBN acredita que a falta possa ser estratégica, já que, em caso de nomeação, o vereador evitaria constrangimentos por ter votado em um projeto que viabiliza sua indicação. A CBN ainda procurou a assessoria do parlamentar, que não informou o motivo da ausência.
O presidente do Podemos em Campinas, o vereador Eduardo Magoga, foi questionado sobre a possibilidade de o partido assumir a pasta.
Durante a votação, a vereadora Mariana Conti (PSOL), da oposição, votou favoravelmente ao projeto, mas fez críticas à possibilidade de um cargo estratégico ser entregue a um partido da base do governo.
De acordo com a justificativa do Executivo, a separação das funções busca aumentar a eficiência administrativa. A ideia é que a presidência da Cohab seja ocupada por um dirigente com dedicação exclusiva à companhia, enquanto o secretário se concentre nas diretrizes estratégicas da política habitacional. O projeto também apresenta o impacto orçamentário estimado, em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O texto será submetido à segunda discussão na próxima semana. Em Campinas, a maior parte dos projetos passa por dois turnos de votação: o primeiro analisa a legalidade e a constitucionalidade, e o segundo discute o mérito da proposta.