Emdec cria grupo para avaliar implantação de Faixa Azul para reduzir acidentes com motos em Campinas

foto: Lucas Neri / CBN Campinas

Com uma redução de 47,2% nas mortes de motociclistas em vias onde a Faixa Azul foi implantada em São Paulo, o modelo começa a ganhar força como uma alternativa viável para melhorar a segurança no trânsito em outras cidades. Em Campinas, a Emdec confirmou que formou um grupo de trabalho interno para avaliar a viabilidade da medida, embora não haja, por enquanto, definição de local ou prazo para início dos testes.

A chamada Faixa Azul é uma sinalização viária exclusiva para motos, criada pela Prefeitura de São Paulo em 2022. A proposta é reorganizar o tráfego e garantir mais segurança aos motociclistas, com uma faixa delimitada para esse modal. Atualmente, São Paulo já conta com mais de 212 km de vias com esse tipo de sinalização.

Campinas, no entanto, ainda avalia os impactos e as possibilidades locais. Segundo a Emdec, qualquer decisão sobre a implantação depende de estudos técnicos e da aprovação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O órgão reforça que a proposta está em análise preliminar.

Acidentes e mortes acendem o alerta

Segundo dados preliminares da Emdec, só nos dois primeiros meses de 2025, sete motociclistas morreram em vias urbanas de Campinas. Em todo o ano de 2024 foram 34 óbitos de condutores ou garupas de moto.

Entre as vias com mais ocorrências de mortes estão a Avenida Prestes Maia e a rua Heitor Lacerda Guedes, com três óbitos cada, e a Lix da Cunha e a Luiz Antônio Pinheiro Porto, com dois casos registradas em 2024. Uma das hipóteses cogitadas para testes iniciais seria a Avenida John Boyd Dunlop, uma das mais extensas da cidade e com alto volume de tráfego — e de acidentes com motos.

Rodrigo Pacheco, que é gráfico, e usa a moto todos os dias para o trabalho, disse que a Faixa Azul seria bem-vinda em Campinas.

Clayton Igor, vigilante, também aprova a medida.

Especialista defende modelo, mas alerta para critérios técnicos

Para Luiz Vicente Figueira de Mello, pesquisador e professor da Unicamp na área de Engenharia de Transportes, o modelo é promissor, mas exige planejamento criterioso.

Além disso, o professor reforça a importância de analisar as estatísticas de acidentes para definir onde a implantação é mais necessária.

Indaiatuba testa projeto

Na região, Indaiatuba já deu o primeiro passo. A prefeitura da cidade iniciou, em março, um projeto experimental com faixa exclusiva para motos em dois trechos. A expectativa é oferecer mais segurança e fluidez ao tráfego da região.

A experiência de Indaiatuba pode servir de inspiração para Campinas, que, por ora, segue em fase de análise.

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