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O Governo do Estado reuniu, nesta quinta-feira (17), representantes dos municípios que compõem a Região Metropolitana de Campinas para discutir a criação do programa Integra Resíduos. O objetivo é fazer a gestão dos resíduos de forma conjunta, por meio de consórcios regionais, para reduzir custos e diminuir os impactos ambientais.
O projeto está sendo desenvolvido desde o ano passado pelas Secretarias de Meio Ambiente e Infraestrutura e Logística para melhorar o tratamento dos materiais descartados no estado com soluções regionalizadas. Até o momento, 344 municípios paulistas fizeram a adesão. A chefe da pasta de Meio Ambiente, Natália Resende, destacou que o principal desafio é escalar a gestão dos resíduos.
Os 20 municípios que integram a RMC geram, por dia, 3 mil toneladas de resíduos. Somente em Campinas, são 1300 toneladas por dia de materiais da coleta domiciliar. Desse total, a metrópole recicla apenas 6%. O prefeito Dario Saadi pontuou que as tecnologias podem contribuir na redução dos impactos ambientais.
Entre os problemas identificados no estudo, o custo logístico para destinação do lixo é um dos principais impactos. Em 120 cidades de São Paulo, por exemplo, é preciso percorrer mais de 50 quilômetros para fazer o descarte. Outra questão levantada foi a vida útil dos aterros, que é de até cinco anos, causando ainda a degradação do meio ambiente.
O plano busca compartilhar a responsabilidade dos municípios sobre o descarte do lixo com o Estado, que declarou o investimento de recursos para viabilizar o projeto. A iniciativa também quer melhorar a coleta seletiva, com a reciclagem, e também estuda a geração de energia com o biogás gerado a partir do material orgânico coletado.
O consórcio Consimares, que inclui cidades como Hortolândia, Sumaré, Monte Mor e Nova Odessa, apontou que fará parte da estratégia de integração, como detalha o superintendente do consórcio, Valdemir Ravagnani.
O modelo inicial apresentado é de concessão. Depois do aceite das cidades, o governo realizará uma consultoria especializada para encontrar o melhor modelo a ser adotado pelos consórcios. Também serão feitas consultas públicas para definir o melhor projeto.
O contrato da concessão será feito por meio de licitação, com a publicação dos editais. A data final para que os municípios demonstrem interesse na proposta é até 25 de abril.