Dados do Censo Demográfico de 2022 revelam que onze cidades da região de Campinas têm índice de arborização inferior ao registrado no estado de São Paulo.
A pesquisa considera a quantidade de imóveis ocupados com ao menos uma árvore no entorno. Em todo o estado, essa condição é observada em 74,93% das residências. O levantamento considera apenas árvores acima de 1,70m em áreas urbanas.
Entre as cidades com os menores índices de arborização na região, estão Pedra Bela (29,9%), Pinhalzinho (36,1%), Tuiuti (54,8%), Amparo (55,2%), Águas de Lindóia (59,7%), Serra Negra (62,9%), Monte Alegre do Sul (66,2%), Santo Antônio de Posse (68,2%), Socorro (70,2%), Espírito Santo do Pinhal (71,2%) e Santo Antônio do Jardim (73,8%).
Por outro lado, a cidade com o maior índice de arborização na região é Holambra, onde 93,56% dos imóveis urbanos possuem pelo menos uma árvore no entorno. Na sequência, acima de 90%, aparecem Indaiatuba, Estiva Gerbi e Valinhos.
O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Ivan André Alvarez, explica que, apesar das cidades do Circuito das Águas serem conhecidas pelo ambiente “verde”, seus centros urbanos têm poucas árvores.
“Com relação aos municípios da região, o que a gente pode pensar é que eles têm áreas rurais maiores. Então, temos a sensação de que são municípios verdes. Por quê? Porque estamos vendo o entorno ali, mas muitas residências não têm árvores em frente. Vamos pensar no caso de Pedra Bela, que talvez tenha o pior índice da região. Quando você vai a Pedra Bela, percebe ruas muito estreitas, onde não há possibilidade de arborização. Até os próprios habitantes lá não têm a sensação de que é uma cidade sem árvores, porque estão muito próximos das áreas rurais, que têm bastante verde“, contou.
Ele também detalha um dos motivos de Holambra ser a cidade mais arborizada da região.
“Holambra é o município dos mais novos, com calçadas maiores e que foi permitido e foi feito um planejamento para arborizar. Então, de fato, quando há planejamento, você tem mais arborização, então isso talvez seja um dos fatores que mais contribuíram para esse ranking da nossa região aqui”, afirmou.
O Censo Demográfico analisa a quantidade de árvores, e não a qualidade da arborização urbana, destaca o pesquisador.
O censo do IBGE está contando árvores, ele está mostrando para a gente que existem árvores próximas à residência, mas ele não está dizendo a qualidade dessa arborização urbana. E aí eu aproveito até para colocar uma questão, como é importante a gente preservar as árvores que a gente tem já de um porte maior, não cortá-las fazer o máximo para preservá-las, porque elas já estão dando essa sombra, elas já estão propiciando aquilo que nos interessa em termos de arborização urbana. É um índice interessante o IBGE, mas ele precisa ainda de um certo aprimoramento. A gente está até levando umas sugestões para eles para que para que possa aí mensurar de uma forma um pouco mais qualitativa. Mas não deixa de ser assim, digamos, um norte para a gente perceber alguma coisa que está errada”, finalizou.
O município de Campinas aparece em quarto lugar entre as cidades arborizadas com mais de 1 milhão de habitantes, a pesquisa mostra que 84,38% das casas têm árvores em seu entorno. O levantamento considera apenas árvores no entorno de residências, e não conta algumas áreas arborizadas, como parques e bosques.
• Goiânia – 89,75%
• Curitiba – 85,5%
• Brasília – 84,88%
• Campinas – 84,38%
• Porto Alegre – 79,09%
• Belo Horizonte – 76,67%
• São Paulo – 67,78%
• Rio de Janeiro – 65,34%
• Guarulhos – 60,52%
• Fortaleza – 60,08%
• Recife – 52,11%
• Manaus – 45,6%
• Belém – 45,37%
• Salvador – 34,5%
• São Luís – 34,21%
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