Pesquisa da Unicamp recria processos de extração de petróleo através de miniaturas 3D

Enquanto os métodos tradicionais usam grandes volumes de ácidos orgânicos, a nova tecnologia permite testes com quantidades muito menores.
Foto: Divulgação/Unicamp

Uma tecnologia pioneira no Brasil, desenvolvida pelo Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Unicamp, busca compreender os processos de extração de petróleo no país para otimizar a produção em larga escala. 

Durante os estudos, os pesquisadores reproduzem, em escala reduzida, os mesmos procedimentos dos reservatórios de petróleo. A técnica utiliza dispositivos microfluídicos e impressão 3D.

A novidade está na análise dos materiais: enquanto os métodos tradicionais usam grandes volumes, a nova tecnologia permite testes com quantidades muito menores.

Leandro Wang, pesquisador e professor do Instituto de Química da Unicamp, afirma que o sistema envolve a simplificação dos equipamentos de pesquisa.

“Nós temos buscado o estado da arte para melhorar o monitoramento de processos e qualidade dos produtos sendo produzidos pelas operadoras, como a Petrobras. Então utilizando impressoras 3D ele consegue produzir um rigor de qualidade muito elevado, essas formações rochosas, e ele consegue produzir isso em sistemas muito pequenos, talvez mais próximos de uma moeda de um real. A gente consegue extrair basicamente as mesmas informações que seriam esperadas de um equipamento que pode ocupar até um galpão” contou o pesquisador.

Reverson Fernandes, pesquisador da Unicamp, relata que a tecnologia é capaz de reproduzir os mesmos traços dos componentes.

“Então a gente consegue reduzir a escala em mais de mil vezes e reproduzir fielmente características geofísicas, como a formação rochosa, a composição da rocha e como esse petróleo está distribuído, uma vez que a gente tem a geometria e a composição química dessa rocha, a gente consegue impregnar essa rocha com óleo e fazer a extração, como é feito, muito próximo ao reservatório. E a gente consegue inclusive aplicar uma pressão alta, temperatura alta e tentar reproduzir a forma convencional que é feito uma extração” contou Reverson.

Reverson destaca que a técnica permite o uso de quantidade menores de amostras e demanda menos energia para manter as condições experimentais.

“É muito importante que essa tecnologia, ela tenha um baixo custo para ser reproduzida e a gente tenha um controle da qualidade. A gente investiu muito nessa parte da impressão 3D para construir esses materiais. Então a gente consegue ter uma redutibilidade muito grande e um custo reduzido, porque a matéria prima que a gente utiliza para construção desses dispositivos também é feita dentro da Unicamp. Uma vez que a gente consegue fazer esse investimento aqui a longo prazo, médio, longo prazo, a gente consegue otimizar os parâmetros aqui e isso tudo vai ser”, finalizou.

Um dos diferenciais do projeto, que tem duração de dois anos, é a criação de resinas personalizadas para simular reservatórios em microescala. Os dispositivos impressos em 3D pela tecnologia conseguem simular propriedades encontradas em formações geológicas reais como porosidade e permeabilidade.

*Com informações de Évelin Costa/EPTV Campinas

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