Ouça a reportagem na íntegra.
Para celebrar os saberes, culturas e lutas dos povos originários, a Unicamp iniciou nesta quarta-feira (23) a Semana dos Povos Indígenas. O evento, realizado na universidade, é organizado pelo Coletivo Acadêmicos Indígenas (Ainu) e a Diretoria de Cultura (DCult), e segue até sexta-feira (25).
A ação é uma oportunidade para que os povos indígenas mostrem à comunidade acadêmica um pouco mais da cultura e costumes de suas origens. Essa é uma forma de melhorar a integração entre a instituição de ensino e os novos alunos indígenas.
O ingresso de povos originários na Unicamp, por meio das cotas, é realizado desde 2019. De acordo com a universidade, o grupo é composto por 381 alunos ativos, pertencentes a 48 etnias diferentes, divididos entre as unidades da Unicamp de Limeira, Piracicaba e Campinas.
Uma dessas estudantes é a indígena Lívia Kumaruara, de 24 anos. Distante de casa há mais de três mil quilômetros, ela saiu de Santarém, no Pará, para cursar artes cênicas na Unicamp. Ela é a quarta da família a ingressar na universidade.
A primeira turma de estudantes originários começou em 2019. Cinco anos depois, um levantamento realizado pela instituição revelou que dos 550 estudantes que ingressaram, apenas cinco conseguiram se formar. A coordenadora da Comissão Assessora para Inclusão dos Povos Indígenas, Chantal Medaets, destacou sobre a necessidade de melhorias nas políticas de permanência para indígenas.
A programação da semana inclui atividades como apresentações culturais, exibição de curtas-metragens, rodas de conversa e debates sobre temas relacionados aos povos indígenas. A líder do Coletivo dos Acadêmicos Indígenas celebrou a realização da semana dos povos indígenas, mas acrescenta que ainda existem pontos para evoluir.
As atividades da Semana dos Acadêmicos Indígenas são gratuitas e abertas à participação do público interno e externo da Universidade.
Confira a programação completa abaixo: