Em 2024, Campinas realizou cerca de 4.300 atendimentos antirrábicos em humanos, uma média de 12 atendimentos por dia. Esse número é o maior dos últimos dez anos e aumentou 8% em relação a 2023. Os números foram divulgados pelo Ministério da Saúde.
Esses atendimentos não significam que houve casos confirmados de raiva, já que a doença foi registrada pela última vez em humanos no estado de São Paulo em 2018.
Os atendimentos envolvem ações como aplicação de vacinas e soros, principalmente após contatos com animais que podem transmitir o vírus, como cães, gatos, morcegos, primatas e até raposas. A maioria das pessoas atendidas tem entre 20 e 29 anos, mas casos também acontecem com crianças e idosos.
A raiva é uma doença viral muito grave, com alta letalidade, chegando a quase 100%. Ela é transmitida principalmente por mordidas, mas também por lambidas ou arranhões de animais infectados. No Brasil, entre 2010 e 2025, foram registrados 50 casos de raiva humana, sendo a maioria por morcegos e alguns por cães, primatas e outros animais.
Apesar de rara, a raiva pode ser evitada com o uso de vacinas e soros, que o Sistema Único de Saúde oferece após exposição ao vírus. Quanto mais rápido a pessoa procurar atendimento, melhor. Para ferimentos leves, a vacina costuma ser suficiente. Para ferimentos mais graves, como mordidas na cabeça ou com morcegos, é necessário também o uso do soro antirrábico.
Em Campinas, o atendimento é feito de segunda a sexta-feira nas Unidades Básicas de Saúde, e aos finais de semana, nas UPAs ou hospitais. Caso a vacinação seja indicada, a aplicação é feita na UPA Campo Grande, que fica no Jardim Alto Belém.
Se você for mordido por um animal silvestre, como morcegos, a indicação é lavar bem o ferimento com água e sabão e em seguida procurar atendimento médico. É importante procurar uma unidade de saúde no mesmo dia, pois a vacina deve ser aplicada nas primeiras 24 horas.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Campinas informou ainda que animais silvestres como saguis e gambás estão distribuídos e totalmente adaptados ao meio urbano. E que, portanto, não há área específica da cidade de maior risco.
Ressaltou que existem algumas atitudes em que as pessoas se colocam em maior risco de exposição, como oferecer alimentos para esses animais. Por isso, a recomendação da Vigilância de Zoonoses é para que as pessoas não tentem alimentar, tocar ou capturar os animais para evitar acidentes.