Um grupo com cerca de 50 moradores da região do bairro Santa Genebra recolheu dezenas de sacos de lixo do Parque Linear Ribeirão das Pedras. Eles aproveitaram o feriado do Dia do Trabalho para realizar a ação, na manhã desta quinta-feira (1º), em forma de protesto.
Segundo os residentes, a área do parque está em estado de abandono, sem fiscalização ou limpeza frequentes. Também existem construções irregulares na área, feitas a partir de invasões.
A moradora Cristina Batagini, uma das organizadoras da ação, reclama sobre o abandono do parque. Ela relembra que, até o fim do ano passado, havia uma base da Polícia Militar na área do Parque Linear, instalada em um prédio do Município, mas foi retirada no ano passado.
O espaço ganhou uma nova configuração, virou um abrigo temporário da Prefeitura para acolher pessoas em caso de desastres. Agora, além do grande volume de lixo descartado, eles também convivem com a insegurança, que aumentou.
O Parque Linear foi estabelecido como área de recuperação ambiental em uma lei de 1996, do Plano Local de Gestão Urbana de Barão Geraldo.
Com o volume de lixo despejado irregularmente, os criadouros para o mosquito da dengue também aumentaram e têm preocupado os moradores. Em alguns pontos, existem espécies de animais silvestres, como as capivaras. A falta de fiscalização tem feito a população desses animais se multiplicar.
Antes o parque contava com hortas comunitárias, mas agora estão desativadas. O servidor público Hermes Cândido é um dos voluntários no mutirão de limpeza. Ele conta que, sozinho, já plantou mais de 100 árvores, na expectativa de recuperar a área.
A CBN questionou a Prefeitura de Campinas sobre a situação do parque. O Município informou, em nota, que há uma ação de reintegração de posse por conta da ocupação indevida na área de preservação permanente (APP).
Disse que o processo está suspenso porque está em análise a possibilidade de uso da área para as hortas por meio do Programa de Agricultura Urbana. Informou que equipes realizam visitas técnicas, com elaboração de relatórios de campo, para verificar as condições dos lotes e embasar a autorização formal de uso.
Sobre a limpeza, a Secretaria de Serviços Públicos disse que fará uma vistoria e programará a retirada dos resíduos descartados irregularmente que estiverem no local.
Sobre as capivaras, a Prefeitura afirmou que o manejo para controle reprodutivo vem sendo feito desde 2024. Os trabalhos começaram na Lagoa do Taquaral, será feito no Lago do Café, Parque Ecológico José Salim e Parque das Águas. Apontou que somente depois de concluída a esterilização nos parques citados, a Prefeitura irá analisar a possibilidade de estender a ação a outras áreas públicas.
