Cerca de 20 técnicas em farmácia que atuam nas farmácias da rede municipal de saúde de Campinas foram, nesta quarta-feira (14), na sessão da Câmara dos Vereadores para cobrar valorização profissional e readequação salarial.
As servidoras, que carregavam faixa pedindo “reconhecimento”, denunciaram a sobrecarga de trabalho e a desvalorização da função. Atualmente, segundo representantes da categoria, há poucas profissionais desempenhando atividades nas farmácias públicas, o que tem exigido jornadas mais intensas.
Thais Danielle Eufrausinho, técnica em farmácia e uma das representantes do grupo, destacou que, embora exerçam funções que exigem qualificação técnica específica, como controle e dispensação de medicamentos, as profissionais são registradas como Agente de Apoio à Saúde (Farmácia) — cargo cujo requisito é apenas o ensino médio.
De acordo com as servidoras, essa classificação incorreta impacta diretamente na remuneração. Hoje, quem ocupa o cargo no Grupo E recebe cerca de R$ 3.800, enquanto o salário das técnicas em farmácia do Grupo F gira em torno de R$ 4.600.
A mobilização contou com o apoio de alguns vereadores, entre eles Gustavo Petta (PCdoB), que se manifestou em plenário sobre a demanda.
As técnicas esperam que a visibilidade gerada pela manifestação na Câmara contribua para que a Prefeitura de Campinas reveja o enquadramento das servidoras e promova a devida valorização da categoria.
Nota da prefeitura:
A Secretaria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas informa que, pela lei de Cargos, Salários e Vencimentos da Prefeitura, o cargo de agente de apoio à saúde – farmácia não se confunde com as funções exercidas pelo profissional Técnico em Farmácia.
O requisito de ingresso constante na lei de formação voltada à farmácia se dá a fim de garantir que o desempenho da função por esses profissionais tenha como resultado um atendimento mais qualificado aos cidadãos que utilizam as farmácias dos centros de saúde.
Vale ressaltar que o cargo prevê conhecimentos em farmácia, que no nível médio e como função de apoio, é a única formação certificada que pode assegurar, sem que contudo, esses profissionais atuem em funções de técnico.
De acordo com a Secretaria de Saúde, atualmente 208 pessoas exercem a função nas farmácias dos 68 centros de saúde. Além disso, há um concurso vigente, com candidatos que podem ser chamados de acordo com a necessidade das unidades, além de outro em andamento para que as áreas não fiquem desassistidas.