Desde esta segunda-feira, as farmácias de todo o Brasil passaram a reter a segunda via da receita médica na venda de medicamentos análogos ao GLP-1, como Ozempic, Wegovy, Mounjaro, Saxenda, entre outros.
A medida foi determinada pela Anvisa e tem como objetivo conter o uso sem prescrição adequada desses remédios, indicados para tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade.
A decisão foi publicada em abril e atualiza legislação antiga em vigor, incluindo esses medicamentos na lista de controle especial — o mesmo tipo de exigência já aplicada, por exemplo, para antibióticos.
Segundo a Anvisa, a retenção da receita médica busca garantir que os remédios cheguem a quem realmente precisa, além de prevenir riscos à saúde de quem utiliza sem indicação ou acompanhamento profissional. De 2012 a 2024, o órgão recebeu mais de 1.100 notificações de efeitos adversos, como casos de pancreatite, em parte causados pelo uso indevido dessas substâncias.
Dados de uma plataforma de monitoramento do mercado brasileiro apontam que, só em 2024, foram vendidas mais de 3 milhões de unidades do medicamento Ozempic no país. A soma das vendas de todos os análogos do GLP-1 ultrapassou R$ 4 bilhões no mesmo período.