O Centro Regional de Meteorologia (CRMet), exclusivo para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), começou a operar na Unicamp, no Cepagri, usando um radar para monitorar eventos extremos e fornecer dados em tempo real. Onze dos vinte municípios já estão integrados ao sistema, que identifica áreas de risco e ajuda na geração de alertas.
A meteorologista do Cepagri Ana Ávila estima que, em pouco tempo, todas as áreas de risco dos municípios da região metropolitana estejam integradas ao CRMet. “Já é possível ver a quantidade de chuva em cada município e visualizar as áreas de risco. Os pluviômetros nos mostram o volume de chuva em tempo real”, disse. Por meio de cores, o sistema identifica as chuvas como forte, moderada ou fraca. “A gente ainda precisa da informação de todos os municípios para fazer a construção e operacionalizar, mas, sim, já existe a base.”
O centro também reunirá informações da Defesa Civil e será conectado aos sistemas estadual e federal. A Agemcamp planeja adquirir 20 estações meteorológicas para ampliar o monitoramento, com apoio da Unicamp. Além disso, foi realizado um workshop para discutir eventos climáticos extremos, como a microexplosão de Campinas em 2016, destacando a importância de preparação e da participação da universidade na busca por soluções diante das mudanças climáticas.
O coordenador do Cepagri, David Lapola, lembrou que, em 28 de março de 2004, um furacão atingiu o Estado de Santa Catarina, no primeiro episódio do tipo registrado no Brasil, e citou também a microexplosão registrada em Campinas, em 5 de junho de 2016.
“O que esses fenômenos têm em comum, além do fato de serem inéditos até então?”, perguntou. “Talvez representem um padrão que teremos a partir de agora. Por isso, precisamos estar preparados.”
O reitor em exercício da Unicamp, professor Fernando Coelho, disse ser muito importante que a Universidade participe desse tipo de discussão, ocupando uma posição de protagonismo. Segundo Coelho, as mudanças climáticas são uma realidade e a Universidade pode ajudar na busca por soluções.
“A Universidade tem que se juntar à sociedade para buscar soluções que possam permitir nos adaptarmos às novas condições, que são extremamente severas, muito graves, e que representam um risco enorme para a sobrevivência da espécie humana no planeta”, afirmou.