A Justiça de Americana condenou integrantes de uma organização criminosa responsável por um esquema milionário de fraudes empresariais, investigado pela Operação Mimético, deflagrada em 2018 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A informação foi divulgada nesta sexta-feira. A pena total dos quatro principais envolvidos chega a quase 80 anos de prisão, todos em regime fechado.
De acordo com a sentença, proferida em 16 de junho, o grupo causou prejuízo de pelo menos R$ 22 milhões ao assumir o controle de empresas com boa reputação em cidades como Americana, Sorocaba e São José dos Campos, pagando valores simbólicos.
Após assumir a gestão, os criminosos desviavam patrimônio, emitiam títulos falsos e simulavam operações comerciais para atrair novas vítimas. O grupo usava imóveis de alto padrão e veículos de luxo para sustentar uma imagem de sucesso.
As investigações reuniram mais de 14 mil páginas e revelaram movimentações financeiras para contas de laranjas, além do uso pessoal dos recursos desviados. As provas foram obtidas por meio de quebras de sigilo bancário e telemático.
Uma das rés, que teve parte das acusações trancadas pelo STJ, foi condenada a cinco anos de prisão em regime semiaberto por lavagem de dinheiro. Outros intermediários e operadores receberam penas de até sete anos, também em regime semiaberto. Uma secretária financeira que colaborou com as investigações teve perdão judicial.
A sentença também determinou a perda dos bens adquiridos com o esquema, que serão revertidos à União.