Silenciosa e perigosa. Assim é definida a hipertensão arterial, uma condição que afeta cerca de um em cada quatro brasileiros adultos, muitas vezes sem que o paciente saiba. A ausência de sintomas aparentes faz com que a doença evolua de forma discreta, até que eventos graves, como um infarto ou um AVC, revelem a gravidade da situação.
Considerada uma das principais ameaças à saúde pública, tanto no Brasil quanto no mundo, a hipertensão é cercada por desconhecimento. Segundo uma pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, 31% dos entrevistados não sabem que a pressão alta pode causar doenças. Quase metade — 48% — afirmou não saber sequer quais são os níveis considerados elevados.
O cardiologista Sérgio Polydoro destaca que as causas da hipertensão são múltiplas, envolvendo tanto fatores genéticos quanto hábitos cotidianos, como alimentação inadequada, sedentarismo e estresse.
De acordo com dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão está entre as principais causas de morte e de internações hospitalares no Brasil. Muitos pacientes só descobrem que convivem com o problema após passarem por uma emergência médica grave.
Foi o que aconteceu com a dona de casa Daniela Rodrigues. Há 11 anos, ela sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e, até então, nunca havia se preocupado com a própria pressão arterial.
A hipertensão, quando não controlada, pode levar a diversas complicações, como infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais crônicas e novos episódios de AVC. Apesar dos riscos, a boa notícia é que a condição pode ser prevenida ou controlada com mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico.
A recomendação dos especialistas é medir a pressão regularmente, adotar hábitos saudáveis e não ignorar os fatores de risco são atitudes essenciais para proteger o coração e garantir mais qualidade de vida.