Trabalhadores ligados ao Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo fizeram um protesto na manhã desta segunda-feira em frente à Replan, em Paulínia, após a morte de um operário em um acidente dentro da refinaria.
Carlos Rodrigo Medeiros, de 43 anos, foi atingido na cabeça durante uma movimentação de carga na sexta-feira, e, mesmo socorrido, morreu após uma parada cardiorrespiratória na madrugada de sábado, em um hospital particular de Campinas.
Segundo o Sindipetro, Carlos era funcionário de uma empresa terceirizada da Petrobras, e atuava na Replan desde 2021. Neste ano, passou a trabalhar como meio oficial de caldeireiro. Segundo relatos obtidos pela direção sindical, o acidente aconteceu quando um trocador de calor fez movimento de pêndulo e atingiu o trabalhador.
O Sindipetro e o Sinticom, que reúne os trabalhadores da indústria do petróleo, cobram mais segurança e fiscalização nas unidades da Petrobras. A categoria pede investigação rigorosa sobre a morte do trabalhador, e afirmam que o número de acidentes de trabalho tem aumentado nos últimos anos.
Apesar deste ter sido o primeiro acidente registrado em uma refinaria este ano, um levantamento feito pela Federação Única dos Petroleiros com base em dados de relatórios de sustentabilidade da Petrobras aponta que o número de ocorrências tem subido. Foram 3 acidentes em 2021, 4 em 2022, 5 em 2023 e 6 no ano passado.
Em nota, a Petrobras lamentou a morte. A estatal afirmou que Carlos foi prontamente atendido pela área de Saúde da refinaria e que comunicou os órgãos competentes sobre o acidente, e que criou uma comissão interna para apurar o que aconteceu.
Disse também que a empresa terceirizada está prestando toda a assistência necessária à família e que disponibilizou suporte psicólogico 24 horas para os demais trabalhadores que necessitem de apoio.
A estatal não respondeu, porém, ao questionamento feito pela reportagem sobre as reivindicações especificadas pelos sindicatos.